Cantor Flávio José fala de novo CD, da carreira e da expectativa para o São João

Reverenciado como o “Rei do Xote” o sanfoneiro e cantor Flávio José concedeu uma entrevista, onde falou do seu novo CD, da carreira e de suas expectativas para o São João 2014. Natural de Monteiro, no Cariri paraibano, o “caboclo sonhador” garante que vive um momento especial de sua carreira, pois, mesmo com a pirataria, ainda consegue colocar trabalhos no mercado e continuar cantando as coisas belas do Nordeste.

Em uma revelação surpreendente, ele confessou que chegou a pensar em parar de gravar devido o crescimento absurdo da indústria da pirataria. Depois de apelos dos fás, ele resolveu voltar aos estúdios e tocar a carreira “de mala e cuia”. O homem da “Terra Prometida”, da “Casa da Saudade” e do “Engenho Velho” também reclamou da falta de compositores estilo Maciel Melo, para compor músicas de qualidade e que retratem as coisas e os costumes da cultura Nordestina. “Acho que estamos enfrentando uma crise de falta de bons compositores” lamentou.

Em relação ao novo trabalho, Flávio José disse que espera que o CD agrade o público, principalmente, a grande nação forrozeira nordestina. O novo CD “Flávio José – Turnê 2013 ao Vivo”, o 20º da carreira do artista, foi oficialmente lançado no Forróleluia, em Monteiro no último dia 19 de abril. Na entrevista, Flávio revelou que o CD foi inteiramente gravado durante as apresentações dos festejos juninos, registrando os shows do artista nas cidades por onde ele se apresentou.

A obra ilustra um trabalho inteiramente dedicado ao universo particular nordestino e traz a gravação inédita de mais um clássico de Accioly Neto – Me dá meu coração – pela primeira vez registrada em áudio por Flávio José. O Poeta Cantador, que através da música e do ritmo espalha a cultura nordestina, cantando a vida com letras recheadas de romantismo e poesia, também reserva outro trabalho para o segundo semestre.

– Estou garimpando um repertório para gravar um CD normal no segundo semestre. Será um trabalho com músicas inéditas e algumas regravações” revelou.

Em relação a temporada junina que se aproxima, Flávio revelou que as expectativas são as melhores possíveis. A agenda do artista para a temporada mais animada do Nordeste praticamente está cheia. Ele deve realizar shows em várias cidades do Nordeste. Em uma prêvia do São João, Flávio se apresenta no dia 9 de maio em Aracajú (SE) e no 31 de maio em Maceio (AL). Na semana passada cantou na Quinta da Colina em Campina Grande. Em junho ele deve arrumar as malas e seguir estrada a dentro animando as festas juninas de todo o Nordeste. A maratona de shows será intensa. A expectativa é que ele se apresente na abertura do Maior São João do Mundo.

Compositor, cantor e acordeonista paraibano, nascido em Monteiro, Flávio José Marcelino Remígio começou a cantar e tocar ainda na infância, influenciado por grandes nomes da música nordestina como Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Ao longo de sua carreira profissional, iniciada nos anos 70, gravou diversos LPs e CDs, firmando-se como um dos grandes nomes do forró nordestino. “Tudo começou com Luiz Gonzaga. Ele é o responsável por tudo” disse, não escondendo a admiração pelo “rei do baião”. Para Flávio José, faz questão de reservar parte de seus shows para tocar sucessos de Luiz Gonzaga.

Vindo de uma família de músicos, Flávio José é um predestinado cantador do amor e contador das cousas e dos causos do seu universo. Um documentarista melodioso do seu tempo. Um caboclo sonhador que não se considera nem profeta nem tampouco visionário, mas um anunciador previsível quando reforça que o diário desse mundo tá na cara, só não enxerga quem fecha os olhos para não ver.

Com 20 CDs gravados e 8 LPs, Flávio carrega em sua carreira sucessos do cancioneiro popular como “Que Nem Vem Vem, Nordestino Lutador, A Casa da Saudade, Um Passarinho, Quando Bate o Coração, Tareco e Mariola, Mensageiro Beija-flor, Filho do Dono, Caia Por Cima de Mim, Engenho velho, Saudade da Boa, Espumas ao Vento, Lembrança de um Beijo, Sem Ferrolho e Sem Tramela, Incerteza, Utopia Sertaneja, Casa Velha de Sapê, Tonha, Novilha Rainha, Já Não Conserto Mais, A Poeira e a Estrada, De Mala e Cuia, A Natureza das Coisas…, entre tantas outras canções.

Flávio permanece fiel ao estilo que abraçou, até os dias atuais. Essa fidelidade é retribuída pelo enorme carinho que lhe é devotado pelos inúmeros fãs. Para atendê-los, o artista promove em média 100 shows por ano.

Severino Lopes
PBAgora

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