O banco do Severino

Por Ramalho Leite

O Banco da Renata, do Antonio e da Maria é também o Banco do Severino. Pelo menos é o que diz a propaganda do Banco do Brasil. Vai ver que foi por isso, já naquele tempo, que Lampião, o Rei do Cangaço, ao entrar em uma agencia do banco para assaltá-lo, indagou de um gerente tremendo mais que vara verde:

-Aqui é o Banco do Brasil? O Banco de todos os brasileiros? Pois eu vim buscar a minha parte…

Na semana que passou levei três dias tentando tirar do banco a minha parte, ali depositada legalmente pelo Tesouro do Estado.Antes, por duas vezes, já fora vítima de ataques dos ratos virtuais que levaram dinheiro da minha conta para a deles.O dinheiro me devolveram logo, mas o que sofri para regularizar novamente meu acesso à internet merece registro. Nas muitas viagens que dei à minha agencia não encontrei quem soubesse fazer o serviço ou, se o fazia, era incompleto, o que me obrigava a voltar para concluir a tarefa. Até que um gerente mais atento me ouviu e restaurou minha ligação virtual com o banco fixando meus limites operacionais. As transferências e pagamentos acima disso, tornam impossível a operação.

Por isso levei três dias para pagar uma conta acima do meu limite. Poder-se-ía perguntar: e por que não passou um cheque? Isso, meus amigos se eu o tivesse. Mas o meu banco se nega a me dar um talão de cheques desde que o governo abriu uma conta para depositar meus proventos. E por que não tenho cheques? Vou explicar: em 1996 quando saí da Secretaria de Administração da Prefeitura de João Pessoa deixei inativa uma conta onde eram creditados meus subsídios de secretário e fiquei com um débito de cheque especial que nem tinha conhecimento.Chamado a pagar, o banco me concedeu um desconto nos juros, dentro das suas normas de negociação.Decorridos quinze anos, devido a esse acerto que me propuseram e aceitei pagando na forma acordada, virei ficha suja no Banco do Brasil, sem direito a talão de cheques. Resta-me, portanto, o internet banking ou a boca do caixa.

Busquei enfrentar as quilométricas filas para entrar na agencia e adquirir uma ficha de atendimento.Mesmo usando o estatuto do idoso, a tarefa se projetava por um longo dia de serviço.Como todo esforço tem sempre uma compensação, encontrei um gerente de muita boa vontade e com paciência para me ouvir e, finalmente, em Cruz das Armas, consegui liquidar meu debito. Foi a primeira vez que tive dificuldade em pagar uma conta tendo excesso de fundos…(Republicado por incorreção…do Banco).

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