O mandacaru de quase 200 anos e a seca que castiga o Cariri…

O advogado e escritor Pedro Nunes Filho mostra como foi o corte que seu pai, Pedro Nunes de Faria, fez há exatos 100 anos, no tronco do pé de mandacaru para seu primo Zé Ribinga cortar os galhos para salvar o gado do seu avô, Antônio Nunes de Farias. Este mandacaru fica na Fazenda Mugiqui, que juntamente com as fazendas Barra e Matarina, tinha acabado de ser comprada por Antônio Nunes a Artur Santa Cruz de Oliveira, senhor de muitas terras e morador da fazenda Santa Catarina, município de Alagoa do Monteiro, na Paraíba do Norte. Pelas contas de Pedro Nunes Filhos, o mandacaru deve estar beirando 200 anos.

Veja o que disse Pedro Nunes Filho:

É isso mesmo, Veninha! Há 100 anos, na grande seca de 15, nosso pai, Pedro Nunes de Farias, na época com 14 anos, deu um corte no tronco desse mandacaru para seu primo Zé Ribinga cortar os galhos para salvar o gado de meu avô, Antônio Nunes de Farias. Este mandacaru fica na Fazenda Mugiqui, que juntamente com as fazendas Barra e Matarina, tinha acabado de ser comprada por Antônio Nunes a Artur Santa Cruz de Oliveira, senhor de muitas terras e morador da fazenda Santa Catarina, município de Alagoa do Monteiro, na Paraíba do Norte. Imagino que na seca de 1915 esse mandacaru já devia ter lá seus 100 anos de idade. Hoje deve estar beirando os 200 anos. Vê mesmo como as secas parecem se repetir de 100 em 100 anos! Preservei este cacto intocável até hoje. Mas esse ano, em homenagem, a sua robustez e, rendendo graças a sua utilidade e riqueza protêica, vou fazer mais um corte em seu tronco e podar os galhos maiores para alimentar meu rebanho que está passando necessidade. Tenho certeza que esse velho mandacaru vai durar outros 100 anos, como uma relíquia intocável a ser preservada na luta pela sustentabilidade do bioma da CAATINGA, único desse tipo no globo terrestre.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode gostar