PREVIDÊNCIA FALIDA: VERDADE OU MENTIRA?

Por Simorion Matos

O presidente Michel Temer quer porque quer aprovar a reforma da previdência social, alegando que existe um rombo nas contas e que a situação ficará insustentável nos próximos anos, se permanecer o sistema atual, podendo chegar ao ponto de não ter como pagar os benefícios. Afirma que a arrecadação é bem inferior à folha de pagamento. Mas os números apontados pelo governo são questionados por alguns especialistas e o certo é que o governo não consegue convencer a sociedade da necessidade das reformas.

O certo seria o governo ser mais eficiente na comunicação e mostrar ao povo, de forma convincente, o quadro real, inclusive dizendo quem criou a atual situação e porque ela foi criada.

Do jeito que está sendo conduzida a questão, Temer comete suicídio político e quem ficar do lado dele vai a reboque.

LEI TRABALHISTA: 2017 ou 1943?

Outro questionamento forte que o governo federal vem enfrentando junto à classe trabalhadora é no que se refere à reforma trabalhista. O presidente diz que a CLT criada em 1943 está ultrapassada e que a reforma trabalhista está modernizando a legislação, visando melhorar o relacionamento entre empregador e empregado, para geração de mais empregos. O movimento sindical discorda e diz que a reforma só prejudica o trabalhador.

Mais uma falha de comunicação do governo, que não consegue explicar as inovações e garantir que as melhorias existem, se realmente existirem.

Enfim, fica no ar o discurso do governo e a desconfiança do povo.

E durma-se com um barulho desses!

TIRA TEMER. COLOCA QUEM?

A paralisação geral da sexta-feira, 28, organizada em todo o país por movimentos sociais, entidades sindicais, PT e partidos aliados, mostrou um clima de insatisfação total da grande maioria do povo brasileiro com o governo de Michel Temer. Até a entrada da cidade de Monteiro, a 200 metros do local onde as águas da transposição do Rio São Francisco desaguam no Rio Paraíba, foi fechada por manifestantes.

As imagens exibidas não somente pela Rede Globo, mas também por SBT, Band, Record e outras emissoras, mostraram pelo Brasil afora pneus queimados, estradas bloqueadas, pancadaria entre manifestantes e polícia, taxistas apanhando do pessoal da CUT, lojas com vidraças quebradas, agências bancárias depredadas, ônibus incendiados, trabalhadores sem transporte.

O grito foi dado: FORA TEMER. Ninguém quer mais o vice-presidente que foi apoiado por Lula e Dilma e transformado em presidente por obra de Cunha e Renan.

E agora?

LULA LÁ?

Se Michel Temer sair, quem poderá ser o próximo presidente do Brasil? Tem muita gente apostando em Lula Lá.

Um amigo que assistia ao meu lado o JORNAL NACIONAL do sábado, vendo uma reportagem mostrando as acusações contra Lula, virou-se pra mim e sentenciou:

– Ele pode não ser ouro 18, mas nunca mexeu na minha aposentadoria e nem diminuiu meus direitos, por isso voto nele.

Eu, que nunca votei no barbudo, nem em Dilma e nem em Temer, fiquei só ouvindo.

FELIZ ANIVERSÁRIO

O abraço da semana vai para o meu filho Simorion Matos Júnior, que aniversariou no sábado, 29 de abril. Exemplo de filho, de esposo, de chefe de família e de profissional, é motivo de orgulho para este velho pai e para a mãe, Dra. Jeane Tôrres. Simorion Júnior é bacharel em Direito e Analista Judiciário do TRE no Rio Grande do Norte.

JUVENTUDE DINÂMICA

A atuação da prefeita de Monteiro, Anna Lorena, nos primeiros 4 meses, tem sido muito elogiada, até mesmo por quem não votou nela.

Eleita com apenas 29 anos de idade, a jovem executiva é muito prática nas suas decisões e desenvolve uma gestão equilibrada, dinâmica e popular, inclusive dedicando um dia na semana para atender o povo, em seu gabinete.

Vai longe!

PENSAMENTO DA SEMANA:

“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta”.

Maquiavel

COISAS & CASOS

Neste 1º de Maio, trazemos para reflexão o belíssimo poema de Rogaciano Leite, pajeuzeiro de Itapetim. Em 1968, na Rússia, o gênio deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou:

OS TRABALHADORES

Uma língua de fumo, enorme, bamboleante,

Vai lambendo o infinito – espessa e fatigada…

É a fumaça que sai da chaminé bronzeada

E se condensa em nuvens pelo espaço adiante!

Dir-se-ia uma serpente de inflamada fronte

Que assomando ao covil, ameaçadora e turva,

E subindo… e subindo… assim, de curva em curva,

Fosse enrolar a cauda ao dorso do horizonte!

Mas, não! É a chaminé da fábrica do Outeiro

– Esse enorme charuto que a amplidão bafora –

Que vai gerando monstros pelo céu afora,

Cobrindo de fumaça aquele bairro inteiro.

Ouve-se da bigorna o eco na oficina,

O soluço da safra e o grito do martelo…

Como tigres travando ameaçador duelo

As máquinas estrugem no porão da usina!

É o antro onde do ferro o rebotalho impuro

Faz-se estrela brilhante à luz de áureo polvilho!

É o ventre do Trabalho aonde gera o filho

Que estende a fronte loura aos braços do Futuro!

Um dia, de uma idéia uma semente verte,

Resvala fecundante e, se agregando ao solo,

Levanta-se… floresce… e ei-la a suster no colo

Os frutos que não tinha – enquanto estava inerte!

Foi o germe da Luz, a flor do Pensamento

Multiplicando a ação da força pequenina:

– De um retalho de bronze uma oficina!

– De uma esteira de cal gerou um monumento!

Trabalhar! Que o trabalho é o sacrifício santo,

Estaleiro de amor que as almas purifica!

Onde o pólen fecunda, o pão se multiplica

E em flores se transforma a lágrima do pranto!

Mas não vale o Trabalho andar a passo largo

Quando a estrada é forrada de injustiça e crimes…

Porque em vez de frutos dúlcidos, sublimes,

Gera bagos mortais e de sabor amargo!

Ide ver quanto herói, quanto guindaste humano

Sob a poeira exaustiva e o calor fatigante,

Os músculos de ferro, o porte gigante,

Misturando o suor o seu pão quotidiano.

Sua força é milagre! A redenção bendita!

O seu rígido braço é a enérgica alavanca

O escopo milagroso, a chave que destranca

O Reino do Progresso onde a Grandeza habita!

Sem os pés desse herói a Evolução não anda!

Sem as mães desse bravo uma nação não cresce!

A indústria não produz! O campo não floresce!

O comércio definha! A exportação debanda!

No entanto, vêde bem! Esses heróis sem nome,

Malditos animais que ainda escraviza o ouro,

Arrastam – que injustiça! – o carro do tesouro,

Atrelados à dor, à enfermidade, e à fome!

Quanto prédio imponente e de valor suntuário

Erguido para o céu, firmado no infinito,

Indiferente à dor, indiferente ao grito

De desgraça que invade a choça do operário!

De dia é no labor! Exposto ao sol e à chuva!

De noite, na infecção de uma choupana escura

Onde breve uma filha há de tornar-se impura

E u’a mulher faminta há de ficar viúva!

Nem mesmo o sono acolhe as pálpebras cansadas!

O leite é a umidez dos fétidos mocambos!

O pão é escasso e duro! As vestes são molambos

E o calçado é paiol das ruas descalçadas!

Ali, a Medicina é estranho um só prodígio!…

Nunca um livro se abrirá em risos de esperança

Para encher de fulgor os olhos da criança,

Apontando-lhe o céu… mostrando-lhe um vestígio!…

Tudo é treva e descrença! O próprio Deus é triste

Ouvindo esse ofegar de corações humanos…

E a Lei – mulher feliz que dorme há tantos anos –

Não acorda pra ver quanta injustiça existe!

Onde está esse amor que os sacerdotes pregam?

Os estão essas leis que o Parlamento imprime?

O Código não pode abrir o seio ao Crime,

Infamando o pudor que os Tribunais segregam!

Vêde bem da fornalha a rubra labareda!…

Olhai das chaminés o fumo que desliza!…

Pois é o sangue… É o suor do pobre que agoniza

Enquanto a lei cochila entre os divãs de seda!

Que é feito desse herói? Ninguém lhe sabe a origem!

O Poder nunca entrou nas palhas do seu teto…

Somente a esposa enferma, o filho analfabeto,

E lá nos cabarés, – a filha… que era virgem!

Existe essa legião de mártires descrentes

Em cada fim de rua, em cada bairro pobre!

É desgraça demais que num país tão nobre

Que teve um Bonifácio e deu um Tiradentes

Será preciso o sangue borbotar na lança?

E o cadáver do povo apodrecer nas ruas?

Tu não vestes, ó Lei, as próprias filhas tuas?

Morre, pois, mãe cruel, debaixo da vingança!

Mas eu vejo que breve há de chegar a hora

Em que a voz do infeliz é livre – na garganta!

Porque sei que esse Deus que nos palácios canta

É o mesmo Deus que pelos bairros chora!

Quanto riso aqui dentro! E lá fora, os brados!

Quantos leitos de seda! E quantos pés descalçados!

Já que os homens não vêem esses decretos falsos,

Rasga, cristo, o teu manto! Abriga os desgraçados!…

Contatos com a coluna: [email protected]

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