Quando dá vontade de desistir

Por Tião Lucena

Veja se não dá vontade de desistir: o sujeito faz de tudo para andar certinho e termina constrangido com a visita do oficial de justiça batendo em sua porta com um mandado de penhora.O crime cometido? Bem, uma singela enquete publicada no blog perguntando quem era o candidato mais forte para o Senado da República nas eleições de 2010.Pegaram o mote, entraram com a ação, fui condenado e terei que pagar uma multa de 80 mil reais.Como não tenho esse dinheiro, a coisa vai para a execução e o resto é o que contei lá em cima, a oficial de justiça batendo em minha porta às oito horas da noite para penhorar tantos bens quantos bastem para satisfação da dívida.

Nunca fui político, mas levei uma porrada cinco vezes maior do que a porrada aplicada em Lula.Cássio, quando cassaram o mandato dele, sofreu uma multa de 100 mil que jamais foi paga porque a justiça esqueceu de cobrar. Certamente a mesma coisa não aconteceu comigo porque, ao contrário de Cássio, sou rico, multimilionário e alvo da lembrança das chamadas autoridades constituídas.

Dá vontade de desistir, jogar tudo pra cima e ir morar num lugar distante preferencialmente um lugar ermo onde só se escute o sapo nas madrugadas chuvosas ou a coruja nas noites de malassombro. Não vale a pena essa coisa de denunciar, noticiar e divertir.Alguns mal amados não entendem o espírito da coisa e metem o processo no lombo da gente. Por qualquer bufa, arroto ou peido, vem o dano moral e o constrangimento do oficial de justiça à sua porta. O coitado do oficial de justiça não tem culpa, devo ressaltar. Cumpre a espinhosa missão de portador da má notícia.E se não o fizer, vai pra caneta também.

O que me conforta é o fato de ser processado por crime de imprensa, nunca pelo de corrupção, roubo ou safadeza. Disso jamais serei acusado, embora alguém já tenha se valido da minha condição de processado para dizer que eu não presto.

Aí eu sou obrigado a deixar a humildade de lado e afirmar que,ao contrário de certas figuras que posam de honestos, eu sou. Meus filhos e meus netos jamais sentirão vergonha do pai e do avô, ao contrário desses pulhas que arrotam uma honradez de fachada e sobrevivem aplicando golpe e se dando bem.

Perdoem o desabafo. Eu perdi o rebolado com essa visita inesperada.Mas a vida continua, nóis sofre mai nóis goza já dizia finado Tião Badé, e depois da tempestade vem a bonança, ensinava Frei Terésio.

Vamos esperar o nascer do sol para ver se os seus raios queimam esses fluídos virulentos espalhados pelas conhecidas almas sebosas.

Do www.blogdotiaolucena.com

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