Vereador eleito diz ter sido torturado e ameaçado para que renuncie, em Soledade

As polícias Federal e Civil vão investigar uma denúncia de ameaça e cárcere privado que teriam ocorrido na noite dessa terça-feira (27) contra Osório Neto (PROS), conhecido como Netinho, vereador eleito no município de Soledade. A cidade fica no Agreste paraibano, a 205 km de João Pessoa. A vítima disse que foi mantida sob a mira de arma de fogo e teria sido obrigada a assinar uma carta de renúncia ao cargo de vereador.
Em entrevista, Osório Neto afirmou que estava, junto com amigos na casa de um deles quando foram abordados por homens armados. “Eu estava na casa de uma conhecida, por volta de 22h. Ela nos chamou para tomar uma sopa lá. Estava eu e um amigo meu. Depois da sopa, a gente pediu para ela abrir a porta da sala porque estava muito calor e com uns 10 ou 15 minutos depois chegaram dois caras em uma moto procurando Netinho vereador”, contou Osório Neto.

Segundo ele, dentro da casa, os bandidos levaram os amigos da vítima para um quarto e iniciaram ameaças contra o vereador eleito. “Eles entraram, cada um com uma arma. Um deles [bandidos] levou o meu amigo e a dona da casa para um quarto e os trancaram e o outro [bandido] ficou comigo. [Ele] colocou a arma na [minha] cabeça e tirou um envelope de dentro da roupa. Era um envelope timbrado da Câmara Municipal de Soledade e tinha quatro folhas junto com o envelope”, disse a vítima.

Ainda segundo Osório, umas das folhas continha uma foto dele, dados do partido, quantidade de votos recebidas nas eleições deste ano e a coligação que ele foi eleito. As outras folhas eram uma carta de renúncia ao mandato de vereador. “As outras três vias eram iguais, uma renúncia [ao cargo de vereador], como se fosse eu escrevendo ao presidente da Câmara, o vereador Miranda, dizendo que renunciava por motivo de cunho pessoal porque tinha sido aprovado em concurso público recentemente, a vida política não me interessava mais e eu iria cuidar de estudar para concurso. Foi de surpresa. Me pegaram pela primeira vez e foi um estrago. Fiquei muito chocado. Fiquei mais de duas horas com os bandidos”, afirmou Osório Neto.

Nesta quarta-feira (28), a vítima procurou as policiais Federal, em Campina Grande, e Civil, em Soledade, para denunciar o caso. A Polícia Federal confirmou a denúncia, mas disse que não iria dar detalhes do caso ou da investigação. A Polícia Civil em Soledade não atendeu as ligações até a publicação desta matéria.

Questionado sobre a possível motivação para as ameaças, Osório Neto afirmou que supõe motivação política. “É motivação política, mas eu não tenho inimizade com ninguém. Fui secretário de Educação aqui na cidade por seis anos. Fiz um bom trabalho na secretaria. Eu não renunciei nem renuncio”, concluiu a vítima.

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