Violência e Insegurança Pública preocupam mais que a seca e a fome

Por Simorion Matos

Neste país onde programas sociais abastecem com “bolsas” a população carente e o vai-e-vem diário de carros pipa é rotulado de “operação”, a seca e a fome deixaram de ser os dramas principais da sociedade e deram lugar a dois itens que são constantes na pauta diária dos noticiários: a violência e a insegurança pública.

E o mais preocupante nessa nova realidade é que, se antes exportávamos para o Sudeste brasileiro os nordestinos desempregados, agora que encontramos alternativas de emprego e renda, estamos recebendo em nossas cidades antes pacatas e tranqüilas, verdadeiros esquadrões de bandidos que aproveitam as nossas fragilidades e encontram maiores facilidades para sua atuação criminosa.

A situação fica mais complicada quando percebemos que não surgem em curto prazo perspectivas para que o problema seja, senão resolvido, pelo menos minimizado.

Os índices de violência e de criminalidade aumentam a cada dia, embora algumas estatísticas oficiais tentem mostrar o contrário.

Em novembro do ano passado a revista EXAME, uma das mais conceituadas do Brasil, trazia reportagem mostrando que o crescimento vertiginoso da violência atormenta todos os dias a vida do brasileiro, e até mesmo de outros países que investem no Brasil, porque e estado de insegurança que nós brasileiros vivemos é alarmante.

Aquela imagem de país animado, calor humano, festa, alegria, na verdade está sendo alterada por criminalidade, assalto, jovens violentos, drogas, estupros, entre outros problemas sérios que destoam da história cultural e social do Brasil.

A reportagem mostra que o “Anuário Brasileiro de Segurança Pública”, traz dados alarmantes, e comparada a outros países, a situação brasileira é trágica.

E o pior de tudo, a passividade, descaso, e principalmente “surpresa” dos governantes com os dados, deixa a sociedade brasileira sem um rumo concreto, ou melhor, ou pior, não teremos soluções efetivas para resolver os problemas de violência e segurança pública do Brasil.

A revista enfatiza que o problema da violência extrapola a máxima do contexto social. Hoje muito da violência praticada se dá por opção do cidadão, que literalmente escolhe o ambiente do crime, considerando a fraqueza da legislação penal, a falta de estrutura de segurança, os valores distorcidos da sociedade, a falta de educação, a corrupção política e de servidores públicos, além do descaso dos governos com as políticas públicas de defesa e segurança.

Se o quadro a nível nacional é tão sombrio, comecemos a rezar pedindo a Deus super proteção divina, porque vivemos na Paraíba, exaltada por Genival Macedo na belíssima composição Meu sublime torrão: “A minha terra, que só encerra belezas mil, pode ser chamada, a namorada do meu Brasil!. Minha terra tem o cantar dos passarinhos, na lagoa, os gansinhos, com seu nado devagar; as morenas tão gentis, ostentando seus perfis numa noite de luar…”

Nas noites enluaradas dos tempos atuais as morenas paraibanas que quiserem ostentar os seus perfis estarão correndo sérios riscos de ser assaltadas e até mesmo violentadas.

A cruel realidade foi recentemente registrada na Assembleia Legislativa da Paraíba, onde o deputado Assis Quintans disse que a Paraíba é o nono estado mais violento do país e o município de Sumé, no Cariri, o mais violento do estado.

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