COLUNA OLHO VIVO

Por Simorion Matos

OS PAIS DE FRANCISCO
As águas do Rio São Francisco estarão chegando à Paraíba e muita gente questiona a paternidade do projeto redentor.
Historicamente a transposição tem vários pais: Dom Pedro II, Getúlio Vargas, João Batista de Figueiredo, Mário Andreazza, Itamar Franco, Aluízio Alves, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Michel Temer, além de uma mãe, a presidenta Dilma.
Os petistas e seus simpatizantes batem o pé, afirmando que o presidente Lula é o único pai da obra. Outros, mais sóbrios politicamente, lembram /que Lula começou, Dilma prosseguiu e Temer está concluindo.
Há quem defenda que a transposição é grande demais para ser creditada a apenas uma liderança.
Com todo o respeito que temos pela história e por todos que, de alguma forma, trabalharam pelo projeto, considero que o grande e verdadeiro pai da transposição é o povo brasileiro.

CORRENDO CONTRA O TEMPO
A obra que vem se arrastando há 10 anos está na sua fase final, no Eixo Leste, e a corrida contra o tempo vem registrando alguns problemas. É o preço cobrado pela pressa de agora para compensar o tempo perdido ontem. Os trabalhos estão sendo realizados em regime de urgência e alguns requisitos, principalmente de segurança, não são devidamente verificados e falhas são detectadas. . O episódio ocorrido na barragem de Barreiro, em Pernambuco, localizada entre as estações de bombeamento 5 e 6, serve como advertência ao governo e aos técnicos das obras da transposição.Os testes precisam ser feitos antes da entrega da obra, sendo necessários todos os cuidados. Afinal de contas, o novo percurso está recebendo o volume de água não de um riacho qualquer, mas do Rio São Francisco.

SEGURANÇA PREOCUPA
Após o fato ocorrido no reservatório Barreiro, no município de Sertânia, o Ministério Público Federal (MPF) em Monteiro recomendou no final da tarde da sexta-feira, 3 , que a Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional fiscalize o vazamento. A Secretaria deve elaborar laudo pericial que assegure que o vazamento não compromete a estrutura do manancial e garanta que a vazão da água que passa pelo canal da transposição não afetará as intervenções de recuperação e adequação das barragens de Poções e Camalaú.
O MPF estabeleceu prazo de cinco dias para que a Secretaria se manifeste acerca do acatamento da medida recomendada, sob pena de adoção das providências judiciais cabíveis.
Com certeza, quem está esperando as águas do Velho Chico na Paraíba, especialmente em Monteiro e Boqueirão, terá que esperar mais alguns dias.

HOMOSSEXUALISMO EVANGÉLICO
O mundo está mesmo de cabeça pra baixo. Até entre os evangélicos, que sempre foram muito fechados em relação ao assunto, já existem avanços na opção sexual. Agora, entre os crentes, já se admite relacionamento de homem com homem e de mulher com mulher. Recentemente a imprensa destacou que os pastores evangélicos Marcos Gladstone e Fábio Inácio, fundadores da Igreja Cristã Contemporânea, foram o primeiro casal homossexual no Rio de Janeiro a registrar a união estável em cartório, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os dois pastores, com direito a beijo na boca, oficializaram a união em cartório e a assinatura do documento foi acompanhada por alguns fiéis da igreja, inclusive o casal já iniciou o processo de adoção de duas crianças
Segundo a notícia, os pastores estão juntos há cinco anos. Em 2009, eles realizaram uma cerimônia religiosa de casamento. Além da conquista com a decisão do STF, Fábio Inácio garante que a luta pelos direitos dos homossexuais vai continuar, porque todos são filhos de Deus.

CIDADE DOS REITORES
A cidade de Monteiro tem se projetado nacionalmente pela presença de filhos ilustres que ocuparam funções de destaque. No STF – Supremo Tribunal Federal, foram ministros os monteirenses Djaci Falcão e Luiz Raphael Mayer. Ambos presidiram a mais elevada corte do país e fizeram com que Monteiro passasse a ser conhecida como CIDADE DOS MINISTROS.
Na poesia Jansen Filho e Pinto do Monteiro transformaram Monteiro em CIDADE DOS POETAS
Na música, Flávio José e Magníficos deram à Princesa do Cariri o título de CIDADE DO FORRÓ
Achando pouco, Monteiro conquistou outro título: CIDADE DOS REITORES. O professor Vicemário Simões foi eleito e empossado Reitor da UFCG – Universidade Federal de Campina Grande. Antes, outro monteirense, o professor Geraldo Lafayette Bezerra, foi Reitor da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco de dezembro de 1979 a abril de 1983.

PREVIDÊNCIA SEM DÉFICIT
A mídia financiada pelo governo divulga que há hoje um déficit na Previdência e que a reforma é necessária, mas isso não passa de uma grande farsa. Só em 2015 houve um superávit de mais de R$ 10 bilhões de reais na Seguridade Social, mas o Governo tem desviado essas arrecadações para outros fins que nem de longe beneficiam a população.
Não se justificam, portanto, alguns pontos da reforma da previdência defendida pelo governo.

PENSAMENTO DA SEMANA:
O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.
(Martin Luther King)

COISAS & CASOS

Expedito Barrão e o amigo que não segurava a palavra

A turma boêmia de Monteiro, nos anos 60 e 70, durante o dia, centrava fogo em um território ao lado da Praça João Pessoa, localizado entre o bar de Adjar Andrade e o bar Continental, que teve vários proprietários, entre eles Alamir, Almir Amaral e Paulo Dimas.
Perto das 10 horas da manhã começava a movimentação, geralmente com um bate papo na sinuca de Pinincha, que ficava entre um bar e outro. Dependendo do tira gosto, cada grupo escolhia onde seria a farra.
Um dos frequentadores assíduos desse território sagrado era Expedito Tenório, ou Expedito Barrão. Normalmente ele dividia o tempo entre Feira de Santana, na Bahia, e Monteiro. Quando estava na terrinha, comandava a festa e fazia questão de bancar as despesas. Por isto, pelo seu jeito bonachão, sempre estava rodeado de camaradas, tomando cerveja.
Um dos bons amigos de Expedito e companheiro de farra era Tiago, que tinha vindo da cidade de Teixeira trabalhar em Monteiro, como vigilante do Banco do Brasil.
Barrão e Tiago eram tão amigos que sempre estavam juntos nas rodas de bate papo e mesas de bar. Nessa amizade Tiago juntava o útil ao agradável. Tinha um amigo e ao mesmo tempo um patrocinador garantido para a cerveja.
Certo dia, por uma questão natural do comportamento boêmio, os dois se desentenderam e romperam a amizade. Ficaram intrigados.
Pouco tempo depois, Expedito foi embora pra Feira de Santana. Ficou Tiago em Monteiro, intrigado mas “roendo” pelo amigo e longe das cervejas que ele pagava.
Quatro meses depois, retorna Expedito a Monteiro. De carro novo, muito dinheiro no bolso, monta logo uma mesada no bar de Paulo Dimas.
A notícia se espalha: – Barrão chegou e está lá no bar, pagando cerveja.
Tiago recebe a informação por volta das 11 horas, exatamente num dia em que ele estava de folga, doido pra beber, mas sem dinheiro.
Como estava intrigado, não tinha como ir pra mesa farta do amigo. Ficou a uns 10 metros de distância, torcendo pra ser chamado.
Ao perceber a presença do “intrigado” se oferecendo, Expedito virou as costas e falou bem alto:
– Amigo falso vá passando, pra na enferrujar. Garçom, traz aí mais meia dúzia de cerveja.
Ouvindo a “indireta”, Tiago sentiu o gostinho da cerveja gelada, derramou uma lágrima de saudade num cantinho do olho e avaliou o que estava perdendo.
A farra continuou. Aí, Tiago afrouxou mais ainda e veio pra calçada do bar.
Novamente percebendo a presença do “intrigado”, Barrão falou ainda mais alto.
– É nada, pelada. Tem gente roendo. Traz aí mais uma dúzia de cerveja e dois galetos.
Tiago não se conteve. Abriu os braços e dirigiu-se ao dono da festa:
– Expedito, meu grande amigo, vamos acabar agora essa intriga besta, que eu não seguro palavra com prejuízo…
O abraço foi grande e a amizade reatada foi efusivamente comemorada por muitos e muitos dias, com muita cerveja.

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