Ministério Público denuncia quatro suspeitos de matar criança em Sumé

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou nesta quarta-feira (25) a denúncia contra os suspeitos de participar na morte do menino Everton, de 5 anos, em Sumé, no Cariri paraibano. A vítima foi encontrada morta no dia 13 de outubro em um matagal, com o tórax aberto e o pênis decepado. De acordo com a Polícia Civil, o menino teria sido morto em um ritual de sacrifício.

Na denúncia, os quatro suspeitos, que estão presos em presídios de João Pessoa, são acusados dos crimes de morte por motivo torpe, crime cruel praticado mediante tortura, impossibilidade de defesa da vítima, ocultação e destruição de cadáver, humilhação a cadáver e associação criminosa. Segundo o promotor do caso, Sócrates Agra, se condenados, os réus podem pegar penas de pelo menos 18 anos, uma vez que o caso é de crime hediondo.

Ainda de acordo com a denúncia, o padrasto da criança também está sendo acusado de falsidade ideológica, uma vez que se apresentou para a polícia utilizando um nome diferente. O vizinho da família também foi acusado de denunciação caluniosa, por ter acusado um homem com deficiência mental de cometer o crime. A mãe do menino e outro homem também estão presos.

Traumatismo craniano
Um traumatismo craniano e um corte no pescoço causaram a morte da criança, segundo laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC). De acordo com o delegado que investiga o caso, João Joaldo, a morte aconteceu após uma série de fatos. “O laudo diz que a criança sofreu pancadas na cabeça, depois ela foi vítima de esgorjamento e em seguida teve o tórax aberto”, explicou, completando que nenhum órgão da criança foi retirado.

João Joaldo afirma que uma vasilha foi usada para armazenar o sangue do menino durante o ritual de sacrifício. “Eles colocaram uma vasilha para ir guardando o sangue durante todo o ritual de sacrifício e agora nós queremos saber onde está esse sangue”, diz.

As investigações apontam que uma quinta pessoa pode estar envolvida no crime. O delegado diz que os quatro suspeitos que estão presos queriam retirar o sangue apenas para vender. Em depoimento, um deles disse que que o sangue de uma criança pode ser vendido por até R$ 10 mil.

Mais crimes
O padrasto da criança que está preso é suspeito de outros crimes, segundo a polícia. Ele teria cometido um latrocínio no ano de 2007 na cidade de Rio Tinto e depois fugiu da cadeia pública do município. Anos depois morou em Areia, no Brejo paraibano, e também é suspeito de agredir uma ex-companheira.

Depoimento da mãe
A mãe da criança de 5 anos prestou depoimento à polícia na sexta-feira (16) e teria assumido que presenciou a morte do menino. Segundo a polícia informou, a mãe contou que os suspeitos riram durante a ação. Ela teria falado também que o menino ‘ciscava’ enquanto era esfaqueado.

“Um homem o agarrou pelas costas e o padastro o golpeou de faca”, disse em depoimento.
Segundo a polícia, a mãe teria confessado a participação no assassinato durante depoimento dado depois que soube da confissão de um outro suspeito do crime. Ela ainda teria admitido que a irmã da criança, que tem sete anos de idade, também seria morta.

Sangue da criança
Segundo o delegado Paulo Ênio, a polícia investiga a motivação da morte da criança. “Durante o depoimento, a mãe afirmou que suspeitava que o sangue do menino iria ser oferecido e não bebido. Por isso, é provável, que haja mais pessoas envolvidas no caso”, relatou.

“Este homem que confessou tudo, o padrasto, a mãe e o vizinho que está preso pegaram a criança e levaram ela até um riacho, onde fizeram todo o ritual de sacrifício. O menino foi banhado e, usando uma faca de seis polegadas, o padrasto abriu o tórax da criança. O que leva a crer que foi um ritual de magia negra é que o pênis da vítima foi decepado”, explicou o delegado Paulo Ênio.

Morto era inocente
O delegado ainda esclareceu que um homem com problemas mentais, que era apontado como um dos suspeitos, não tinha envolvimento com o caso e era inocente. Ele foi preso e morto dentro do presídio pelo padrasto do menino.

“O padrasto mentiu em seu depoimento quando disse que viu o deficiente mental próximo ao corpo da criança no matagal. O padrasto queria colocar a culpa neste homem, mas quando viu que a versão deles estava caindo por terra, resolveu estrangular ele dentro da cela”, contou.

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