O Açude Epitácio Pessoa, popularmente como Boqueirão, localizado na cidade de mesmo nome, chegou a 10,9% do volume total. Isso representa pouco mais de 45 milhões de metros cúbicos de água. O manancial abastece Campina Grande e mais 18 cidades e nunca tinha registrado um nível tão baixo.
Por causa do baixo volume no açude e a possibilidade do volume morto ser atingido nos próximos dias, a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa) já planeja o uso de um novo esquema para captar a água do reservatório, que se chama sistema de captação de flutuante.
“O sistema de captação é composto por conjunto motor bombas em flutuantes de fibra de vidro. Já está instalado e devidamente testado só aguardando o momento de entrar em operação”, explica o gerente regional da Cagepa Borborema, Ronaldo Meneses.
Para identificar que o reservatório chegou no volume considerado intangível pela companhia paraibana, é necessário observar a formação de um vórtice próximo à tubulação de captação tradicional, que seria como um canal de vento. “Quando o nível da água está ficando baixo, a água começa a formar redemoinho próximo ao sistema de captação, parecido com o que acontece com o ralo de uma pia”, explicou o hidrólogo Lucílio Vieira.
Após o início do funcionamento do sistema, a Cagepa deve adotar um novo modelo de racionamento em Campina Grande. Atualmente, a cidade fica sem fornecimento das 17h do sábado até as 5h da quarta-feira. O novo racionamento será por zona, mas a companhia ainda não divulgou data para começar a opera.
Outra preocupação tanto dos moradores como da Cagepa é qualidade da água com o baixar do nível do Açude de Boqueirão. “É normal que com o baixar do nível do manancial as características da água bruta também se modifiquem. Todavia, é na estação de tratamento que se consegue adequar essa água aos padrões de potabilidade do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde”, afirmou Ronaldo Meneses.