Após quase dois meses de racionamento, o açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão, continua em situação crítica e está operando com apenas 21,9% de sua capacidade hídrica, ou seja 90.019.965 m3. Os dados são da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) e correspondem aos 26 primeiros dias deste ano, em que quase não choveu na região – somente 2,1 milímetros. É a pior crise dos últimos 15 anos, após três anos consecutivos de seca.
Mesmo com a suspensão temporária do abastecimento de água, adotada pela Companhia de Água e Esgotos do Estado da Paraíba (Cagepa), desde o último dia 6 de dezembro, nas cidade de Campina Grande e nos mais de 18 municípios abastecidos pelo manancial, o volume de água continua diminuindo, gradativamente, devido à falta de chuvas na região, principalmente na Bacia do Rio Paraíba.
De acordo com alguns moradores de Campina Grande, o problema da falta de água começou bem antes da Cagepa formalizar o racionamento, em que o abastecimento é suspenso sempre nos finais de semana, das 17h do sábado e até as 5h da segunda-feira. Mesmo assim, o problema continua se agravando e a Companhia deve apresentar novo plano de contingência que evite o colapso do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) até a chegada do período de chuvas, previsto para o mês de março.
O pior nível de armazenado de água registrado no Açude Boqueirão foi no ano de 1999, quando o Estado vivenciou uma de suas maiores secas e o manancial chegou aos 14% de capacidade. Construído pelo DNOCS há mais de 50 anos, o reservatório é gerido pela Agência Nacional das Águas (ANA) e o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), do âmbito do governo federal, e da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) e Cagepa, no governo estadual.