Atendendo a um apelo do deputado estadual, Tovar Correia Lima (PSDB), durante audiência em Brasília, a Defesa Civil Nacional se comprometeu a realizar uma inspeção para avaliar a situação de risco de colapso no açude de Boqueirão que afetará 1 milhão de pessoas na região. Também foi garantido ao deputado, em audiência no Ministério da Integração Nacional, o encaminhamento dos pleitos ao Dnocs para recuperação do manancial.
O secretário Nacional de Infraestrutura Hídrica, Osvaldo Garcia, ouviu os relatos do deputado paraibano e se comprometeu a encaminhar um pedido ao Dnocs para que realize um estudo visando a realização de obras do talude (parede da barragem), o desassoreamento e a limpeza da bacia hídrica, além da adequação da tomada de água para o volume de 10m³/segundo.
“Essa confirmação do secretário é muito importante porque isso vai proporcionar uma vazão de regularidade ao rio Paraíba, levando as águas do projeto de transposição das águas do rio São Francisco até a barragem de Acauã que alimentará o Canal das Vertentes Litorâneas (Acauã/Araçagi)”.
Durante audiência, Tovar pediu ainda o apoio do secretário para que seja retomado projeto Multilagos, que visa construir açudes no entorno de Campina Grande. Com relação ao Vale do Piancó, o deputado cobrou celeridade na licitação do projeto executivo da terceira entrada da transposição, que dará segurança hídrica, evitando, futuramente, a grave crise hídrica porque passa a região.
“Na Paraíba temos atualmente 44 açudes totalmente secos, 30 em colapso, 94 localidades em racionamento e 197 municípios com decreto de calamidade. Com mais um ano de seca será um caos sem precedentes. Muitas pessoas sofrerão e teremos mais uma vez a dizimação de rebanhos e plantações”, destacou Tovar.
De acordo com ele, o açude Epitácio Pessoa, mais conhecido como Boqueirão, que é responsável pelo abastecimento hídrico de Campina Grande e de mais 18 municípios, vive um momento crítico, e está perdendo um centímetro de água por aferição segundo a Agência de Águas do Estado da Paraíba, encontrando-se hoje com um pouco mais de 14% da sua capacidade.
“Estima-se que o manancial atinja o volume morto na primeira semana de dezembro do ano em curso, cuja qualidade da água é questionada, em face do uso exagerado de agrotóxicos por anos consecutivos em sua bacia hidráulica”, observou o parlamentar.
Conforme o deputado, além do Governo Federal, que não consegue concluir as obras estruturantes como a transposição das águas do São Francisco realizando apenas ações paliativas, o Governo do Estado segue a mesma prática e não tem um plano B para um caso de colapso no abastecimento d’água na região polarizada por Campina Grande. “Os atuais programas utilizados por ambos são insuficientes e ineficazes no momento, pois é grave a situação e requer mais investimento, mais planejamento e mais ação efetiva”, disse.