O açude Epitácio Pessoa, que fica na cidade de Boqueirão, atingiu, nesta terça-feira (20), a sua pior marca na história, com 60.541.155 m³ de água, o que representa 14,7% de sua capacidade total. Com a queda no volume de água armazenada no reservatório, o risco de colapso aumenta. A expectativa é que nos próximos 15 dias o açude atinja o chamado “volume morto”, o que segundo os especialista, não terá mais condições de fornecer água de qualidade a população.
A última aferição da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), indica que o açude está com 14% da sua capacidade o que corresponde a 57.592.485 milhões de metros cúbicos acumulado. Por conta do consumo e da evaporação, o açude continua perdendo um centímetro de água por dia.
Antes disso , a pior marca registrada havia sido no dia 28 de dezembro de 1999, com 14,9% do total. O açude de Boqueirão abastece a cidade de Campina Grande e mais 18 outras cidades.
O presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba, João Fernandes, disse que a atual situação já era esperada. “Está dentro do previsto. Isso já era esperado por nós, porque a gente está só retirando água e não chove. Temos também o Açude de Coremas com uma situação ruim. Está um quadro difícil”, disse.
Desde junho, o abastecimento estava sendo interrompido das 17h dos sábados até as 5h das terças-feiras para Campina Grande e os distritos de Galante, São José da Mata e Jenipapo, além dos municípios de Queimadas, Caturité, Barra de Santana, Lagoa Seca, Alagoa Nova, São Sebastião de Lagoa de Roça, Matinhas e Pocinhos.
Em novembro, o racionamento em Campina Grande foi ampliado em mais 24 horas e as obras para a instalação do sistema de captação flutuante da água do açude seguem acontecendo. A expectativa é que em dezembro o sistema já esteja funcionando.
Construído pelo o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS) há mais de 50 anos, o reservatório é gerido pela Agência Nacional das Águas (ANA) e (Dnocs) no âmbito do governo federal, e pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) e Cagepa, no governo estadual.
O reflexo da seca pode ser vista no açude que continua perdendo um centímetro de água todos os dias devido o consumo e a evaporação. Alguns locais antes cobertos por água, se transformaram em ilhas. A vegetação seca, o solo duro, também revelam os efeitos da longa estiagem.
Caso não chova nas cabeceiras dos rios Taperoá e Paraíba, o açude de Boqueirão deve atingir o volume morto na segunda quinzena de dezembro de 2015, de acordo com a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). O manancial deverá chegar aos 10% neste prazo, que significa o volume morto.