O corpo de Roberto Gómez Bolaños, criador dos seriados “Chaves” e “Chapolin”, foi enterrado na tarde desta segunda-feira (1º) no cemitério Panteón Francés de la Piedad, na Cidade do México. Segundo o jornal mexicano “El universal”, amigos e familiares foram à cerimônia privada, que aconteceu por volta das 12h30 no horário local (16h30 de Brasília).
Neste domingo (30), a Televisa promoveu no Estádio Azteca, também na capital mexicana, a homenagem “Chespirito: Obrigado para sempre”. O nome do evento era uma referência ao apelido pelo qual Bolaños era conhecido no México. Em seguida, o caixão foi levado de volta até a sede do canal, onde Bolaños trabalhou boa parte de sua carreira.
O humorista morreu nesta sexta-feira (28) aos 85 anos em casa, na cidade de Cancún, no México. Bolaños estava refugiado em Cancún nos últimos anos para diminuir os efeitos de uma insuficiência respiratória e de outras doenças. O motivo da morte não foi anunciado oficialmente.
Cerca de 40 mil fãs compareceram ao evento no Estádio Azteca no domingo, segundo a Televisa, dona do local. Muitos dos presentes usaram fantasias de personagens de Bolaños. Uma multidão aguardou por horas em uma longa fila para poder participar.
No estádio, foi colocada uma grande cruz de madeira entre duas enormes fotos do comediante e pombas brancas foram soltas. A cerimônia religiosa teve transmissão ao vivo pela TV mexicana e por canais de outros países em que Bolaños conquistou legiões de fãs. Ao redor do caixão estavam familiares e amigos do humorista, além de políticos e artistas.
Cancún
Ainda no sábado (29), um dia depois da morte, a própria Televisa havia feito uma cerimônia privada em sua sede. Mais cedo, amigos e familiares haviam se despedido do comediante na residência onde ele morava, em Cancún.
O ator estava aposentado fazia dez anos, mas isso não impediu que se adaptasse aos meios de comunicação mais modernos e se tornasse um grande fã das redes sociais. Era o mexicano com mais seguidores no Twitter – mais de 6,6 milhões.
Após sua morte, a TV mexicana emitiu mensagens de luto com um “Obrigado para sempre, Chespirito”, como despedida a um comediante que engrandeceu sua história com os personagens da Vila do Chaves e com as aventuras do heroico e atrapalhado Chapolin Colorado.
Chaves, o menino pobre que usava boné com tapa orelhas e se escondia em um barril, foi lembrado por muitas personalidades mexicanas, desde o presidente do país, Enrique Peña Nieto, até os atores com quem Bolaños contracenava, como Édgar Vivar (Senhor Barriga), María Antonieta de las Nieves (Chiquinha) e Rubén Aguirre (Professor Girafales).
“Roberto, não se vá, você permanece em meu coração e nos corações de todos aqueles a quem você levou alegria. Adeus ‘Chavinho’, até sempre”, disse Vivar.
Aguirre, por sua vez, disse estar “estarrecido” pela morte daquele a quem qualificou como o melhor escritor de comédia da TV mexicana. María Antonieta agradeceu Bolaños “por ter feito tanta gente feliz e pelos maravilhosos momentos que compartilhamos no grupo”.