Alvo de um protesto na Venezuela, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) cobrou nesta quinta-feira (18) que a presidente Dilma Rousseff chame de volta a Brasília o embaixador brasileiro em Caracas, Rui Pereira, para dar explicações sobre o incidente no qual uma comitiva oficial de parlamentares foi hostilizada por manifestantes no país vizinho. Os oito senadores do Brasil viajaram a Caracas para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares.
Depois de desembarcarem no aeroporto de Caracas, o grupo de senadores do Brasil foi cercado por manifestantes em uma rodovia que dá acesso ao terminal aeroviário.
De acordo com relatos de Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) pelo microblog Twitter e pelo Facebook, o grupo foi “sitiado”.
“É preciso que haja uma manifestação do governo brasileiro. Inclusive, na minha avaliação, pedindo o retorno do embaixador brasileiro na Venezuela para saber o que efetivamente aconteceu”, disse Aécio na Venezuela.
“Infelizmente uma delegação oficial do Brasil foi impedida de caminhar por Caracas, de cumprir sua missão”, complementou.
Na opinião do senador tucano, a manifestação foi feita “obviamente a serviço do governo” venezuelano e colocou em risco a vida dos senadores brasileiros. “É uma demonstração clara de que o governo brasileiro não só se omite; o governo brasileiro, de alguma forma, é cúmplice daquilo que vem acontecendo na Venezuela, e colocou em risco a vida dos senadores brasileiros”, criticou Aécio.
Após horas na Venezuela, diante da dificuldade de deixar o Aeroporto de Caracas, a comitiva brasileira decidiu retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada.
Às 19h do horário brasileiro, os senadores já estavam dentro do avião para retornar ao Brasil. A previsão, segundo o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), é que o avião decole às 19h30 e leve 5h para chegar ao Brasil.