O período comum de chuvas na Paraíba está chegando e a previsão para os meses de fevereiro, março e abril é animadora para a população do Estado. Na tarde desta sexta-feira (15) a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) realizou uma reunião em Campina Grande para a avaliação e previsão de chuvas neste trimestre no norte da região Nordeste.
Segundo agência, as atuais condições mostram um enfraquecimento do fenômeno El Niño no oceano Pacífico e o Atlântico também deve oferecer condições para a chegada de chuvas. Entretanto, não há como prever condições do oceano e a expectativa da agência é que as chuvas sejam na média ou abaixo da média até final de março.
De acordo com o gerente executivo de monitoramento e hidrometria da Aesa, Alexandre Magno, se o fenômeno El Niño no oceano Pacífico continuar enfraquecendo e o oceano Atlântico seguir com as boas condições atuais, a partir de março as chuvas podem ser acima da média. “Como não temos tecnologia suficiente para prever o comportamento no oceano Atlântico, não podemos oferecer uma previsão mais precisa, porém a tendência é que essa melhora aconteça já que o El Niño deve enfraquecer, pelo que temos monitorado”, disse ele.
O período de chuvas na Paraíba vai de fevereiro até maio. Ainda de acordo com o gerente, a bacia hidrográfica do Cariri, que abastece o açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) é mais irregular do estado. Segundo Alexandre Magno, as chuvas nesta bacia são maiores nos meses de março e abril e podem ser boas se as condições continuarem favoráveis, como o previsto.
Agricultura
A Aesa orienta os agricultores a ficarem atentos ao calendário agrícola de cada região, que podem ser acompanhados através da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater). “É importante destacar que os agricultores não se enganem com estas chuvas de pré-estação, que estão ocorrendo neste mês de janeiro”, frisou Alexandre Magno.
Nos primeiros dias deste ano a Paraíba teve registros de chuvas em todas as regiões do Estado, o que deixou a população animada. Entretanto, segundo a meteorologista Carmem Becker, foram chuvas de pré-estação provocadas pelo fenômeno vórtice ciclônico. “O período comum para as chuvas na Paraíba fica entre os meses de fevereiro e maio, mas este fenômeno provoca uma antecipação, o que não dura por muito tempo”, disse ela.
Açudes
Devido as poucas chuvas registradas nos últimos anos, os principais reservatórios de água do estado da Paraíba, usados para abastecer as cidades, estão com os níveis baixos. Dos 124 açudes monitorados pela Aesa, 24 deles já estão completamente secos e 47 estão com menos de 10% e de suas capacidades, segundo o último levantamento divulgado pela Aesa na manhã desta sexta-feira (15).
O açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) que abastece Campina Grande e região, no Agreste, está com 12,2% da capacidade. Os açudes Coremas e Mãe D’água, na cidade de Coremas, no Sertão, que juntos formam o maior reservatório da Paraíba estão com 9,8% e 13,8%.