O endurecimento do discurso do PSB em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não parece ter encontrado eco junto aos governadores do partido, que em parte adotam um tom cauteloso sobre a possibilidade. Além do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, também os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara, e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, se mostraram reticentes em relação a posição adotada pelo partido nesta terça-feira (22), e anunciada pelo presidente Carlos Siqueira. Câmara disse que é necessário utilizar de “prudência em favor das instituições”. Segundo ele, é necessário uma base legal sólida que justifique a medida.
“Temos tido muita prudência em favor das instituições do país. É preciso prudência e cautela sem juízo de valor neste momento. Precisamos levar esta discussão com responsabilidade”, disse Câmara.
Rollemberg também destoou do posicionamento adotado em nota oficial pelo PSB, na tarde de ontem, quando o presidente da legenda. “Qualquer decisão sobre a relação do PSB com o governo da presidente Dilma Rousseff deve ser tomada pela Executiva Nacional, e não em reunião da bancada”, disse Rollemberg. “O momento atual exige trabalho em busca de saídas para a crise fiscal que atinge a todos”.
Ricardo Coutinho foi mais enfático: “Lutei muito para ver este país num estado democrático de direito e não embarco em qualquer aventura”, declarou.
O posicionamento dos governadores veio à tona logo após uma reunião entre os gestores estaduais com as suas bancadas socialistas no Congresso. A maioria da bancada defendeu que o partido passe a fazer oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e que passe a apoiar o impeachment. Há uma tendência forte de que se o impeachment chegar ao plenário da Câmara ele será aprovado pela nossa bancada”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Brasil 247