Juvanildo Marcelino dos Santos, de 49 anos, suspeito de matar a facadas a companheira e a enteada, de 44 e 15 anos, confessou o duplo homicídio e disse que estava sob efeito de medicamentos na hora do crime. “Eu amava ela [a enteada] como a uma filha. É tanta coisa que acontece. Eu tenho um problema e tomo remédio para hipertensão há mais de 30 anos. Viver uma vida assim é complicada. Estou arrependido do que fiz, e já pedi perdão a Deus”, disse o suspeito.
Ele recebeu alta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Valentina, em João Pessoa, no início da manhã desta segunda-feira (5). Ele estava na unidade desde a noite do domingo (4), quando foi preso pela Polícia Militar, dentro de um carro, desidratado e desorientado.
Os corpos de mãe de filha foram encontrados na quinta-feira (1º), pela filha mais velha da mulher assassinada. Ela foi até a casa onde a mãe vivia com o companheiro depois de, por volta de 1h30, receber uma ligação da filha do suspeito do crime avisando que o pai tinha matado as duas. Elas estavam no quarto onde a adolescente dormia.
O delegado Reinaldo Nóbrega, que investiga o caso, diz que acredita em crime passional. Nos primeiros levantamentos do delegado, ele identificou que o suspeito tinha uma paixão não correspondida pela enteada.
A filha mais velha da mulher contou também que na tarde da quarta-feira (30), Juvanildo teria entregado vários cartões de crédito para a filha e disse que ela poderia gastar todos os limites. Em seguida voltou para a casa da mulher, com quem convivia há sete anos, e cometeu o crime.
A jovem acredita que a mãe foi morta quando tentava defender a filha de 15 anos, teoria que também é defendida por uma vizinha da família, identificada apenas como Josilene, disse ter a mesma suspeita. “Pelo que eu via, a convivência deles era perfeita. Ele era um bom pai de família, um ótimo dono de casa, não tinha nada a desabonar, mas tinha ciúmes da filha e ela não gostava que ele se metesse na vida da filha adolescente”, contou.
De acordo com a Polícia Militar, Juvanildo vai ser levado ainda na manhã desta segunda para a delegacia, onde irá prestar depoimentos, e depois deve ser encaminhado para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o Presídio do Róger.