O meia Rivaldo, ex-Palmeiras, Corinthians, Barcelona, Seleção, entre outros, anunciou neste sábado sua aposentadoria. Aos 41 anos, ele vinha atuando no Mogi Mirim, clube do qual também é presidente. O jogador publicou em sua conta no Instagram uma carta de despedida.
O adeus foi discreto, bem ao estilo do craque. Antes do treino da manhã, ele reuniu o elenco do Mogi, que conta com seu filho Rivaldinho, e fez um discurso emocionado, sem segurar as lágrimas no vestiário do Romildo Ferreira.
Campeão da Copa de 2002 e eleito melhor jogador do mundo em 1999, quando atuava pelo Barça, Rivaldo agradeceu à família pela trajetória brilhante.
– Entre troféus, medalhas, premiações e títulos, em uma terra onde tudo se consome, deixo aqui uma história, talvez um exemplo, mas com certeza um testemunho de que vale a pena crer e lutar – escreveu na rede social.
Rivaldo pendura as chuteiras com 900 jogos na carreira. Ele alcançou a marca no último domingo, no empate por 1 a 1 com o São Bernardo. Ao todo, foram 22 anos como jogador profissional. Revelado nas categorias de base do Santa Cruz, ele ganhou projeção no Mogi Mirim, onde fez parte do ‘Carrossel Caipira’ no início da década de 90. Depois, defendeu Corinthians e Palmeiras antes de iniciar a passagem pelo futebol europeu. O La Coruña abriu as portas da Espanha para Rivaldo, mas foi no Barcelona, entre 1998 e 2002, que ele atingiu o auge. Durante esse período, foi eleito o melhor do mundo e conquistou o pentacampeonato com a Seleção.
Depois, defendeu Milan e Cruzeiro, passou pelo futebol grego e asiático e vestiu a camisa do São Paulo, em 2011, já sem tanto destaque. O mesmo aconteceu quando defendeu o São Caetano. Desde o início do ano, tem lutado contra um problema crônico no joelho direito para ajudar o Mogi Mirim dentro de campo. O último grande momento foi a realização do sonho de atuar ao lado do filho Rivaldinho. Com a missão cumprida, ele deixa os gramados para se dedicar exclusivamente aos bastidores, como presidente e investidor do Sapão.
Veja a íntegra carta:
“Com lágrimas nos olhos hoje gostaria de primeiramente agradecer a Deus, minha família e a todos pelo apoio, pelo carinho que recebi durante esses 24 anos como jogador. Hoje venho comunicar a todos os torcedores do mundo que minha história como jogador chegou ao fim.
Somente tenho que agradecer pela linda carreira que construí durante esses anos. Foram muitos os obstáculos, os desafios, renúncias, saudades, decepções, porém foram muito maiores as alegrias, as conquistas, crescimentos, mudanças. Algumas vezes ensinando outras aprendendo, mas nunca perdi meu foco, sempre com dedicação, determinação e direção de Deus.
Nesta longa jornada, muitas pessoas passaram pela minha vida, alguns por um período, outros amigos que permanecem até hoje. Construí minha carreira em cima de um milagre, saindo de Paulista (Pernambuco), sem nenhum recurso financeiro, sem empresário, incentivos apenas familiar, desacreditado por médicos e técnicos, vi um sonho distante se tornar realidade. Com persistência, dedicação e principalmente com a mão de Deus, cheguei a ser reconhecido como melhor jogador do mundo, pentacampeão mundial, entre muitos outros títulos importantes na história do futebol.
Entre troféus, medalhas, premiações e títulos, em uma terra onde tudo se consome, deixo aqui uma história, talvez um exemplo, mas com certeza um testemunho de que vale a pena crer e lutar.
“Todo atleta que está treinando aguenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro, uma coroa que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre”. 1 Corintios 9:25′