O Governo do Estado, por meio da Gestão Unificada Emepa-Interpa-Emater, desenvolve ações para expandir o mercado de mel de abelhas na Paraíba. Entre as medidas adotadas, está a instalação de uma apiário com dez colmeias no município de Caturité, na região do Cariri.
O apiário instalado em Caturité é acompanhado por pesquisadores do setor de apicultura e meliponicultura da Estação Experimental Lagoa Seca. Um dos objetivos é a formação de famílias capacitadas para lidar com novas técnicas de manejo avançado com abelhas. O projeto teve início em maio deste ano. Um mês depois, as colmeias com produção fraca já apresentam desenvolvimento elevado, com algumas triplicando de tamanho, o que tem deixado o grupo de pesquisadores otimista.
Um dos pesquisadores é Joaquim Efigênio Maia Leite e o técnico Leon Denis Batista do Carmo, ambos da Emepa. O técnico Leon Denis disse que o objetivo principal do projeto é o aumento da produtividade das colmeias que hoje, na Paraíba, é de 17,6 kg de mel por colmeia/ano. “A meta é chegar numa produtividade de 40 kg de mel por colmeia/ano no primeiro ano, até atingirmos os 60 kg nos anos consecutivos”, afirmou. “Vale ressaltar que tudo está no começo e que temos muito ainda a adaptar às nossas condições de Semiárido, mas já é possível observar um diferencial na realidade de nossas colmeias”, acrescentou.
Além de promover o aumento da renda dos apicultores envolvidos, a proposta consiste em trabalhar a alta produtividade de colmeias, evitando a perda de enxames mesmo na escassez de alimento. Desenvolvida na Argentina, a técnica chegou ao Brasil pelo Mato Grosso do Sul e a Emepa-PB adaptou a metodologia para a Região, buscando resgatar a apicultura por conta das secas que dizimaram em quase 100% essa atividade.
O lucro para essa modalidade de manejo está acima dos custos, ainda de acordo com Leon Denis. “A perspectiva de lucro é acima de 300%, um percentual que não se consegue em nenhuma atividade do setor agropecuário”, destacou, ao afirmar que o mel da região Nordeste está entre os melhores do mundo. A Paraíba não está fora deste cenário, pois ocupa atualmente o segundo lugar regional em relação à estrutura física para beneficiamento de mel, além de possuir um entreposto com capacidade para exportação.
O presidente da Gestão Unificada, Nivaldo Magalhães, afirmou que o Estado tem condições de fazer da apicultura uma das principais atividades do setor agropecuário. “Para isso, temos investidos muito em pesquisa para que possamos dinamizar ainda mais a produção de mel, além de oferecermos qualidade ao produto, ressaltou.
A partir de agosto, as tecnologias desenvolvidas pela Emepa serão repassadas aos apicultores interessados, por meio de visitas técnicas aos nossos apiários, num trabalho conjunto com a Emater e outros parceiros.
Ranking – A produção brasileira de mel atualmente é de aproximadamente 45 mil toneladas anuais. O Nordeste ocupa o segundo lugar em produção e exportação. A Paraíba, segundo estudo de 2013/2014, através de projeto de pesquisa da Emepa/BNB, possui uma produção anual em torno de 650 toneladas de mel. No mesmo período, mais de duas mil colmeias foram distribuídas pelo Governo do Estado através do Projeto Cooperar.