Morto em julho do ano passado vítima de uma parada cardíaca, o escritor paraibano Ariano Suassuna ganha homenagem em São Paulo, este mês, com o encerramento do projeto Ariano Suassuna – Arte como Missão. O projeto traz ciclo de filmes (com a cobrança simbólica de R$ 1), exposição de fotografias de Alexandre Nóbrega (gratuita) e também uma aula-espetáculo conduzida por Antonio Nóbrega (também por R$ 1).
O projeto foi idealizado por Elias Sabbag e Marcos Azevedo e a primeira apresentação ocorreu em Brasília, em 2013. Depois disso, o projeto passou por Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Curitiba, na maioria delas com a presença do próprio Suassuna conduzindo as aulas-espetáculos. “O projeto consiste basicamente na aula-espetáculo feita durante boa parte do tempo pelo próprio Suassuna, uma exposição feita especialmente para o projeto e um ciclo de filmes”, explicou Sabbag.
A aula-espetáculo, explicou Sabbag, foi uma ideia criada pelo próprio Suassuna, em 1995, quando ele era secretário de Cultura de Pernambuco. “Ele fazia suas apresentações públicas sozinho, falando sobre cultura brasileira, ou ele fazia isso acompanhado de grupos musicais ou de dança. Em ambos os casos ele chamava de aula-espetáculo porque sempre havia as explicações dele sobre o que estava sendo apresentado ou exemplificado pelos grupos de música e de dança”, disse.
O ciclo de filmes e a exposição ocorrem na Caixa Cultural, no centro da capital paulista. A exposição, que reúne fotografias inéditas assinadas por Alexandre Nóbrega, mostra o escritor visitando o interior da Paraíba e de Pernambuco e descansando em sua casa em Recife (PE). Ela ocorre entre os dias 17 de janeiro e 22 de fevereiro. “São fotos que retratam Ariano inclusive nos cenários que compuseram a obra dele”, disse o idealizador.
O ciclo de filmes tem início no dia 30 de janeiro e termina no dia 8 de fevereiro, mostrando filmes que adaptaram obras de Suassuna para o cinema ou a TV ou que documentam o escritor e seu trabalho.
Já a aula-espetáculo ocorre no Theatro Municipal, em 17 de janeiro, com uma apresentação de Antonio Nóbrega. “O Nóbrega tem uma relação muito antiga com o Ariano. No primeiro contato que ele teve com Ariano, ele tinha 18 anos e era um músico clássico, que não conhecia nada de cultura popular. Ariano levou Nóbrega a conhecer o que se produz popularmente no Brasil como cultura”, disse Sabbag.