Pelo segundo dia seguido, cidades brasileiras registraram panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro. Na noite desta quarta-feira (18), os protestos ocorreram durante e após pronunciamento no Palácio do Planalto sobre a pandemia do novo coronavírus. Houve também, em número bem menor, manifestações favoráveis ao presidente.
São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Natal, Florianópolis e Curitiba foram algumas das capitais que tiveram gritos de “fora, Bolsonaro!” a partir das 19h.
No pronunciamento, Bolsonaro disse que gostaria de demostrar “união e harmonia”. Estavam ao seu lado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e outros ministros. Bolsonaro e as demais autoridades voltaram a usar máscaras.
Em entrevista coletiva mais cedo nesta quarta, o presidente afirmou que o governo “está ganhando de goleada” e pediu que o trabalho do executivo e ele próprio sejam exaltados. Voltou ainda a defender sua participação nos atos de domingo (15), quando descumpriu a recomendação de monitoramento por coronavírus e cumprimentou apoiadores no Distrito Federal.
Durante as declarações do presidente, bairros do Rio registraram panelaços e gritos de “fora, Bolsonaro!” – foi uma repetição dos protestos ocorridos na véspera em cidades como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife.
Nesta terça-feira (17), as manifestações ocorreram depois de o presidente falar, mais de uma vez, em “histeria” em relação ao novo coronavírus e de dizer que ações de governadores sobre isolamento prejudicam a economia.
Nesta quarta, Bolsonaro classificou os primeiros panelaçoes de “manifestação da democracia”. Sobre os atos de 15 de março, afirmado: “Não convoquei ninguém”. A declaração foi dada dias depois de ele ter dito, em Boa vista (RR): “Então, participem”.