As ações do Governo do Estado voltadas ao fortalecimento da atividade da caprinovinocultura, a partir de pesquisas de melhoramento genético, assistência técnica continuada e acesso dos criadores às políticas públicas têm permitido a Paraíba conquistar novos índices neste setor produtivo.
O estado continua se destacando na produção de leite de cabra no país com 13 mil litros diários, apesar dos longos períodos de estiagens. Em estados que sempre se destacaram nesta atividade, como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais, a produção é inferior a 10 mil litros.
Estes resultados obtidos são provenientes de uma série de ações que o governo implementa a partir de uma ação conjunta entre Emater e Emepa (integrantes da Gestão Unificada), que desenvolvem pesquisas, como por exemplo, sobre a transferência de tecncologia, a suplementação alimentar preparada em blocos multinutricionais e palma forrageira. Estudos que ajudam a manter o rebanho em período de estiagens.
Na última sexta-feira (3), a cadeia produtiva do leite de cabra paraibana ganhou mais um reforço. O empresário Marcos Guedes, da Laticínios Isis, firmou compromisso de compra de leite de cabra dos agricultores de Coxixola. A ação aconteceu durante reunião de avaliação do Contrato 178/13 da Chamada Pública do Leite, executada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB), na região dos Cariris Oriental e Ocidental, que beneficia mais de mil famílias agricultoras de 28 municípios.
Segundo o extensionista rural Genilson Bezerra de Brito, da Emater de Caraúbas, no Cariri, a empresa pretende comprar também leite de Gurjão, Santo André, São José dos Cordeiros e futuramente incluir outros municípios da região. Com essa ação, “conseguimos avançar um dos principais entraves que é a questão de mercado para o leite excedente” disse, acrescentando que o primeiro carregamento com 250 litros já seguiu para empresa.
Para o assessor estadual de Caprinovinocultura, Everaldo Cadena, a iniciativa vai ampliar o mercado, principalmente o aberto, além de fortalecer a cadeia do leite com empresas estabilizadas. Ele entende que a ação “abre mais oportunidades para a comercialização do leite caprino e beneficia os produtores que estão dentro e fora do programa governamental, por meio da comercialização do excedente”, enfatizou.
Presente à reunião, o prefeito de Coxixola, Givaldo Limeira, prometeu ajudar na melhoria da qualidade do leite em seu município a partir da construção de novas salas de ordenhas e a reconstrução das existentes. O presidente da Associação Paraibana de Criadores e Caprinos e Ovinos (APACCO), Pedro Martins, disse que já conseguiu, por meio de parcerias, cursos nas áreas de boas práticas para a produção de leite, com a finalidade de incrementar ainda mais o trabalho executado em busca da melhoria da qualidade do leite de cabra na região do cariri paraibano.
Na Paraíba, é nas regiões do Cariri, Sertão e Curimataú que a caprinovinocultura se tornou a principal atividade agropecuária e econômica. Em Coxixola, por exemplo, dezenas de famílias agricultoras tiram o seu sustento da comercialização do leite de cabra, vendido hoje por R$ 1,99 o litro. O rebanho total do município é de 27.500 cabeças, sendo 14.900 caprinas 12.600 de ovinos.
Segundo dados do IBGE de 2012, a Paraíba conta com um rebanho caprino de mais de 470 mil animais. Somente a região dos Cariris Oriental e Ocidental conta com um plantel de cerca de 250 mil cabeças caprinas.
De acordo com presidente da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, Nivaldo Magalhães, o “bom desempenho da caprinovinocultura, mesmo com a seca severa dos últimos anos, deve-se ao apoio recebido do Governo do Estado, por meio das tecnologias e a pesquisa desenvolvida pela Emepa e a assistência técnica continuada da Emater”, confirmou.
Infraestrutura – O assessor estadual de Caprinovinocultura, Everaldo Cadena, credita o avanço da atividade caprina ao programa governamental e a ação e organização dos produtores e laticínios. Ele lembra que o programa serviu de mola propulsora para o desenvolvimento da caprinocultura leiteira, fazendo com que os caprinocultores acreditassem na atividade, melhorando suas instalações (currais de manejo e ambientes de ordenhas), suporte forrageiro, melhoramento dos rebanhos, aumentando consideravelmente a produção de leite.
Na Paraíba, existe uma rede de tanques de resfriamento ligados aos laticínios que fazem a captação do leite in natura nesses próprios laticínios e nas comunidades rurais, onde passa pelo processo de pasteurização. Em seguida, vai para as câmaras frias ou de congelamento e daí distribuídos para os consumidores.