“Fui acusado de não ter moral para falar em novas eleições presidenciais porque fui cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não fui cassado por corrupção, por roubo e nem por malversação de dinheiro público. Exatamente por ter sido cassado pela justiça eleitoral, tenho moral para falar dos crimes cometidos pelo governo da presidente Dilma, do PT”.
Esse foi o tom do líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), que ocupou a tribuna nesta terça-feira (07), para pedir novas eleições para a Presidência da República. Na sua avaliação, o governo do PT ‘mal começou e já acabou’.
“Esse governo mal começou e já acabou, porque está caindo de podre. Acabou porque enganou o povo brasileiro. Acabou porque mentiu para as pessoas. Acabou porque trouxe de volta a inflação, que é a maior perversidade que se pode fazer contra o trabalhador brasileiro. Quebrou o Estado. A única solução para a atual crise política seria uma nova decisão popular sobre a chefia do Executivo federal. Nós defendemos, sim, a realização de novas eleições. Para respeitar o artigo 1º da nossa Constituição, que garante que todo poder emana do povo, e fazer a concertação que o Brasil precisa para sair desta crise. Porque só pela via democrática da eleição nós teremos a legitimidade de constituição de um novo governo”, afirmou Cássio.
Mudança
Em resposta às declarações recentes de Dilma, que classificou a oposição de “golpista”, o líder tucano afirmou que a presidente “mentiu” durante a campanha, e que isso pode ser qualificado como golpe.
“A vitória da presidente Dilma no pleito de 2014 ocorreu com fraude e abuso de poder político e econômico. A eleição foi manipulada. Milhões de brasileiros querem mudança, transformação, ética. Eles não aceitam a roubalheira, repudiam a corrupção e desejam ter a oportunidade de ter devolvida às suas mãos a soberania do voto”, disse Cássio.
‘TSE não é lavanderia’
O líder lembrou também que a presidente enfrenta mais investigações e demandas judiciais do que qualquer outro ocupante do cargo desde a redemocratização. Segundo Cássio, o desgaste atual da Presidência é resultado de uma crise ética.
“Eu tenho ocupado a tribuna com firmeza, coragem, determinação e a altivez que o momento exige, para mostrar que o governo da presidente Dilma, do PT, vai responder pelos crimes que cometeu. Nenhum outro presidente enfrentou tantas demandas na Justiça como acontece agora. A estratégia do governo é tentar intimidar as instituições, é tentar intimidar os seus julgadores para evitar que a lei seja cumprida, e a lei tem que valer para todos: tanto para o presidente da República quanto para o mais humilde trabalhador brasileiro. O TSE não pode ser transformado em uma lavanderia”.
Cassação
Em 2009, Cássio teve o seu mandato de governador cassado pela Justiça Eleitoral, quando foi acusado de utilizar um programa social destinado a pessoas carentes sem lei específica que o autorizasse, tese que ele sempre contestou, já que desde o início dos anos 80 o Estado da Paraíba executava o programa social.
Em todos os mandatos públicos que ocupou, Cássio Cunha Lima jamais, nunca, em tempo algum teve qualquer condenação por corrupção ou improbidade, a qualquer título, tendo todas as suas contas sempre aprovadas por todas as instâncias fiscalizadoras: municipal, estadual e federal.