“Tá com a bexiga lixa… Vão querer me punir a vida toda?”, indagou Cássio Cunha Lima hoje em Campina Grande ao responder, no Correio da Manhã (98.1), à pergunta se estaria elegível para as eleições de outubro vindouro.
O senador tucano foi didático no argumento: “A eleição de 2006 foi no dia 1º de outubro e em 2014 será no dia 05. Então, mesmo se fosse de oito anos a inelegibilidade a pena terminaria quatro dias antes das eleições”, simplificou.
Cássio teve o mandato de governador cassado em 2007 e por este motivo teria problemas com a Lei Ficha Limpa para registrar sua candidatura, tema que divide opiniões no Estado. Mas ele ratificou na 98.1 a tese de que é elegível. Sua inelegibilidade foi de três anos, portanto, já cumprida, conforme entende e prega.
Na entrevista, Cássio voltou a criticar seu antigo aliado Ricardo Coutinho e disse que o governador tem a prática de desqualificar quem o contraria. “É do estilo eu quero, eu posso e eu mando”, explicou taxando RC de perseguidor.
Um exemplo, dado por Cássio: “Pinto do Acordeon (sanfoneiro) por ter escolhido votar em Zé Maranhão nas eleições de 2010 está há três anos sem se apresentar em eventos patrocinados pelo Governo do Estado porque é perseguido politicamente. Isso é inaceitável”, afirmou.
JORNALISTAS COM PRIVILÉGIOS
Dentre o rosário de críticas contra RC uma atinge a categoria dos jornalistas e carece de provas robustas, já que a denúncia generaliza atingindo todos os profissionais da comunicação do Estado.
De acordo com o tucano, Ricardo Coutinho “paga” jornalistas para divulgá-lo através de uma ‘folha extra’ do Governo, espécie de caixa dois.
A declaração teria surpreendido os apresentadores do noticioso, Morib Macedo e Carlos Souza, ambos assessores no Estado desde o Maranhão III (Souza é também assessor da PMCG) e fora do teriam mostrado ligeira insatisfação.
Cássio, ao seu estilo afoito, ainda tentou peitá-los: “você tem coragem agora de falar mal do secretário de comunicação, por exemplo?”, indagou a Carlos Souza explicando que se isto eventualmente acontecer o dono da rádio será acionado “porque não se pode falar mal do Governo”.
Carlos Souza foi acudido por Morib, que ainda tentou contestar Cássio dizendo que o programa é imparcial e que tem vez por outra feito ácidas críticas à Cagepa. Irônico, numa espécie de pedido de desculpas amarelada, Cássio foi rápido no final do programa: “olha, eu não pensei que iria te ofender, mas também não sabia que ias pegar a carapuça”, disse mais ou menos dessa forma.
Do Boiga do Tião