Cássio: ‘transposição é luta de muitos e conquista de todos’

Em discurso nesta quinta-feira (09), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) definiu como histórica a chegada das águas do Rio São Francisco à Paraíba e a Pernambuco. Amanhã, o presidente Michel Temer, acompanhado do ministro Helder Barbalho, da Integração, e de vários outros ministros, governadores, senadores (entre eles o próprio Cássio), deputados, prefeitos e principalmente do povo da Paraíba, estará inaugurando o Eixo Leste da transposição do São Francisco, às 15h, na cidade de Monteiro, onde será recepcionado pela prefeita Anna Lorena.

Antes disso, segundo Cássio, Temer passará por Campina Grande para visitar, a convite do prefeito Romero Rodrigues e do vice-prefeito Enivaldo Ribeiro, o Complexo Habitacional Aluízio Campos.

Cássio disse que a inauguração e a chegada das águas são uma conquista do “povo da Paraíba”:

“Ocupo a tribuna neste instante para deixar registrado o testemunho do mais escolhido e sincero agradecimento por uma conquista do povo da Paraíba, e também de Pernambuco: ontem, às 19 horas, chegavam ao nosso estado da Paraíba as águas do Rio São Francisco. Às 2h45min da manhã, a cidade de Monteiro, acordada, esperava a chegada das águas. O agradecimento que faço é em nome de toda a população do estado, que durante séculos lutou por essa conquista” – disse o senador.

EMOÇÃO – Ele lembrou que a Paraíba não tem um único rio perene e destacou que há séculos o povo de seu estado tem demandado obras contra as secas.
“Foi a maior emoção da minha vida pública. Já fui prefeito, governador, deputado federal, superintendente da Sudene, sou hoje senador, mas nunca tive uma alegria tão intensa, tão genuína, tão forte como a que tive ontem com a chegada das águas do São Francisco ao nosso estado. É algo difícil de descrever e talvez até impossível de compreender para quem vem de Estados onde a água é abundante, mas a Paraíba não tem um único rio perene. Paraíba, inclusive, em tupi-guarani, significa “rio ruim”, “rio não navegável” – explicou.
O senador cumprimentou os responsáveis pela obra de transposição, que, segundo ele, realizaram o que já era proposto pelo imperador D. Pedro II.

“Gostaria de registrar alguns agradecimentos por essa conquista. Aprendi com meu pai, desde cedo, que a obra pública não tem dono. Dono é o povo, que é beneficiário dela. Portanto, a transposição do São Francisco é a luta de muitos e a conquista de todos os nordestinos e brasileiros. Luta de muitos, conquista de todos. Mas esse tema da transposição começou a ser tratado ainda no Império. D. Pedro foi o primeiro a falar em transposição. Chegou a proclamar a conhecida frase de que venderia até a última joia da Coroa para levar água para o Nordeste brasileiro. Trazendo para um tempo mais recente, temos que lembrar a memória do presidente Itamar Franco, que me nomeou para a Sudene. Foi no governo de Itamar Franco que o debate sobre a transposição ganhou for&cced il;a, ganhou volume, ao ponto em que, quando chegamos no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, dois ministros da Integração paraibanos, Cícero Lucena, que foi senador, ocupando a cadeira da Paraíba nesta Casa, ao lado de Fernando Catão, deram os primeiros passos, com os estudos iniciais e os projetos preliminares para o início da obra” – ressaltou Cássio. Lembrou de Marcondes Gadelha, que “na década de 60, 70, já defendia a realização da obra”.

Cássio agradeceu a Lula:

“Não há como deixar de reconhecer e proclamar o agradecimento ao presidente Lula, que teve coragem, teve firmeza, teve capacidade política de fazer mais do que uma obra de engenharia civil: construir, com a ajuda indispensável do vice-presidente José Alencar, que precisa ser lembrado também, uma obra de engenharia política, uma vez que a obra da transposição enfrentava vários obstáculos e resistências”.

CONCLUSÃO – E afirmou que a Paraíba agradece, de verdade, ao presidente Temer e ao ministro Helder Barbalho, que são os dois responsáveis pela conclusão da obra.

Por fim, Cássio lembrou o próprio pai, Ronaldo Cunha Lima:

“Acho que a melhor forma de homenagear a memória do meu pai, além de citá-lo, nesse instante, como um dos grandes baluartes dessa luta, é tentar reproduzir, de forma modesta, o que ele fez nesta tribuna quando declamou um dos seus sonetos. E recitou o poema “O eco faz um canto”.

“Quando o grito de dor do nordestino
Unir-se à voz geral do desencanto
Esse eco, de repente, faz um canto
E o canto de repente faz um hino.
E puro como um sonho de menino
Será cantado aqui e em qualquer canto,
Como símbolo, estandarte, como manto
De um povo que busca o seu destino.
Quando esse hino, pleno de ideal,
Canção de um povo em marcha triunfal,
For lançado ao sabor de seu destino
Aí se saberá sem ter espanto
Que um eco de repente faz um canto
E um canto de repente faz um hino”

“É um novo tempo, é um novo momento. É uma nova vida” – comemorou Cássio.

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