Na manhã desta segunda-feira (14), o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, confirmou a morte de três pacientes que foram infectados pelo vírus chikungunya. A informação foi repassada pela infectologista Priscilla Sá. As vítimas são uma criança de cinco anos, natural de São Sebastião do Umbuzeiro; uma mulher de 51 anos, da cidade de Monteiro, ambas no Cariri do estado; e um homem de 65 anos, da cidade de Santa Cecília, no Agreste paraibano.
Segundo Priscilla, a suspeita da doença foi detectada logo quando os pacientes foram internados na unidade hospitalar, mas a confirmação só veio depois do resultado oficial dos exames. “Essa situação é extremamente preocupante, porque até agora, em 2016, temos quatro casos confirmados de morte cujas sorologias são positivas para chikungunya”, disse.
O resultado dos exames foram divulgados no fim de semana, um mês após a morte dos pacientes. Priscilla explica que a demora no resultado foi motivada pela análise do material dos pacientes, que aconteceu no laboratório de referência (Lacen), em Pernambuco. De acordo com ela, desde fevereiro, os novos casos estão sendo investigados pelo Lacen de João Pessoa.
“A gente não pode dizer se é uma cepa mais agressiva do vírus, que seja mais invasiva, ou se houve uma mutação dos vírus ou até mesmo se os pacientes tinham algum transtorno imunológico, algo no organismo deles que favoreceu esta evolução tão ruim. É preciso investigar o que pode ter causado essas mortes”, ressaltou Priscilla Sá.
A diferença no perfil das pessoas que morreram com sorologia positiva para o vírus em Campina Grande no comparativo com os casos confirmados de morte em 2015 chama a atenção dos médicos. “Os óbitos do resto do Brasil foram todos de idosos com mais de 80 anos, que a gente já espera que qualquer doença viral possa agravar a saúde destes pacientes por causa da idade. Nossos pacientes não, eles eram previamente saudáveis e com perfis de idades diferentes”, analisa a médica.
A unidade hospitalar também está investigando outros pacientes que apresentaram manifestações neurológicas e estão internadas no hospital. Um dos pacientes teve o diagnóstico confirmado da Síndrome de Guillain-Barré e infecção por chikungunya. Ele está na enfermaria recuperando os movimentos. Outras cinco pessoas estão internadas em estado grave e cada uma com manifestações clínicas diferentes uma das outras. O material biológico dos pacientes está sendo analisado pelo Lacen de João Pessoa.