Secretário de segurança do estado da Paraíba, Cláudio Lima comentou sobre os dados relativos à criminalidade publicados pelo G1 há 15 dias. Em entrevista exclusiva, ele falou sobre os dados do programa Paraíba Unida Pela Paz, sobre a disputa na Justiça pela reabertura de delegacias à noite e sobre o trabalho integrado das polícias.
Ao assumir o cargo de titular da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social em 3 de janeiro de 2011, Cláudio Lima elencou como meta reduzir os índices de homicídios e tornar o trabalho da segurança mais integrado, principalmente, entre as polícias.
E mais de três anos depois, o secretário aponta que depois das ações integradas da polícia se registrou uma curva que crescia 25% ao ano e passou a apresentar redução das taxas pela primeira vez em onze anos.
Criminalidade em grandes cidades
A violência na Paraíba está concentrada em três regiões: Litoral, Brejo e parte do Agreste paraibanos. É isto que aponta o Relatório de Indicadores Criminais no 1º Quadrimestre de 2014 da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds). O secretário Cláudio Lima reforça que os números relevam a concentração nas áreas onde se registram as maiores densidades demográficas.
“Em nosso caso, a maior quantidade tem sido na Capital, Campina Grande e nas maiores cidades. Mas são justamente nessas áreas onde conseguimos mais redução também. Em João Pessoa, nesses quatro meses, conseguimos uma redução de 40% dos homicídios. Em Campina grande, a redução acumulada é de 26% dos crimes contra a vida. No total, na média geral, temos uma redução de 10,81%, mostrando que o governo está no caminho certo”, disse.
Redução de homicídios
A integração das polícias é uma das estratégias colocada em prática pela Secretaria de de Estado da Segurança e Defesa Social desde 2001 como parte de um conjunto de ações dentro de um modelo de gestão adotado que busca nos resultados a diminuição da violência, segundo Cláudio Lima.
“Esse conjunto de ações exige algumas medidas e diferenciais: o processo de integração das polícias. Polícia Militar e Polícia Civil trabalhando de forma mais integrada e fazendo com que a repressão seja mais qualificada. E essa qualificação feita, principalmente, com a atuação da inteligência policial, do órgão de inteligência da secretaria que busca fazer com que a gente possa retirar os criminosos mais perigosos e aqueles que estão executando esses crimes”, disse.
Segundo ele, “nesse conjunto de fatores há várias medidas, entre elas o melhor reaparelhamento da polícia, a melhor capacitação e também outras ações até do ponto de vista operacional como, por exemplo, um processo de diagnóstico, que é feito pelo Núcleo de Análise Criminal e Estatística, que foi criado nessa gestão para diagnosticar, o processo de monitoramento mensal e semanal que é feito tanto na esfera da secretaria como pelo governador”.
Rigor na contagem de homicídios
A Paraíba está entre os dez estados com maior número de homicídios, segundo o Mapa da Violência 2013. Mesmo tendo apresentado uma redução de 6,2% nas taxas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) referente aos anos de 2011 e 2012, o estado se mantém na 8ª posição no ranking divulgado em maio de 2014. Cláudio Lima explica que estar entre os dez estados com mais homicídios se deve ao rigor com que a Paraíba tem contabilizado os dados.
“O que nos diferencia dos outros estados é que temos um rigor muito grande na contagem. Porque além do homicídio, contamos a lesão corporal seguida de morte, o latrocínio, o estupro seguido de morte e mais uns oito tipos penais relativos à morte. Por isso que nossos números são bem maiores do que o da Saúde quando são publicados, revelou.
Segundo ele, “recentemente, saiu uma publicação do mapa da violência, já incluindo 2013 e reconhecendo que na Paraíba diminuiu. Além de publicarmos no nosso site, encaminhamos os números para a Assembleia Legislativa e Ministério Público da Paraíba”.
Dados de crimes oscilam
No primeiro quadrimestre de 2014 houve oscilação nos dados registrados pela pasta da Segurança do governo estadual, segundo Cláudio Lima. Em João Pessoa houve redução de 40% nos homicídios, mas, por outro lado, a taxa de roubo de motocicletas chegou a 119% a mais em relação ao mesmo período de 2013 e a de roubo a pessoa subiu 76%. Em Campina Grande, o aumento dos Crimes Violentos Patrimoniais (CVP), a exemplo de roubo a pessoa, moto e residência, chegou a apenas 12%, no entanto, houve um aumento expressivo dos assaltos a transporte coletivo de 133%.
“Há um planejamento operacional que é executado. O que acontece é que tanto nos homicídios quanto nos crimes contra o patrimônio a gente observou oscilações. Nós tínhamos no ano passado, por exemplo, em alguns meses, um crescente aumento do número de assaltos a ônibus coletivos. Já nesse período agora, de uns quatro meses, caiu muito. Tínhamos alguns locais que oscilavam como, por exemplo, os centros da cidade, como o de Campina Grande. Mas nesse primeiro quadrimestre, nós diminuímos assaltos no Centro de Campina Grande, no Centro da Capital e em vários bairros”.
JP