O ex-gerente da Petrobrás, Eduardo Musa, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o apelido do ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró em planilha de propina era ‘lindinho’. Segundo o delator, havia uma tabela com a divisão dos pagamentos ilícitos na Diretoria Internacional.
Eduardo Musa afirmou à força-tarefa da Lava Jato que entrou na Petrobrás em 1978, por meio de concurso público. O executivo disse que ficou na companhia até janeiro de 2009. Em 2003, ele contou que perdeu o cargo que ocupava na gerência geral de Gás e Energia e foi trabalhar na área de Exploração e Produção.
Entre 2003 e 2006, Eduardo Musa afirma ter trabalhado na BR Distribuidora. De 2006 até se aposentar, ele relatou ter sido gerente-geral da área internacional.
“Desde que entrou na Petrobrás se ouvia falar do pagamento de vantagem indevida nas mais diversas áreas, mas somente em 2006 o declarante começou a tomar conhecimento de forma direta”, declarou Eduardo Musa.
“O tema de pagamento de propina foi apresentado ao declarante por Luis Carlos Moreira. Por volta de julho de 2006, quando o declarante estava começando a trabalhar no desenvolvimento do projeto do navio sonda Petrobrás 10000, Moreira mostrou uma planilha de divisão de propinas da área internacional da Petrobrás; nesta planilha constavam codinomes (apelidos); que o apelido de Nestor na planilha era Lindinho.”
Nestor Cerveró já foi condenado em duas ações na Operação Lava Jato. Em maio, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, aplicou 5 anos de pena ao ex-diretor, pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.
Em agosto, o juiz impôs a Cerveró 12 anos, três meses e dez dias de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.