INSEGURANÇA NA SEGURANÇA
Por Simorion Matos
O clima de insegurança na Paraíba foi muito bem representado na quarta-feira (29), quando o secretário de Administração Penitenciária do Estado, Wagner Dorta, e o ex da Pasta, atual delegado da Seccional em Guarabira, Wallber Virgolino, trocaram acusações, insultos e ameaças ao vivo no programa Correio Debate.
O episódio mostrou que o problema da insegurança na Paraíba é bem maior do que se imagina, a ponto de duas autoridades da mesma área protagonizarem uma briga de palavras em rede estadual de rádio, ao vivo.
CONSELHO TUTELAR
O Conselho Tutelar de Monteiro estará elegendo no dia 4 de outubro os seus novos membros. Dentre os concorrentes a uma vaga de Conselheiro, o experiente Nal Nunes, que já foi vereador e que, pela sua vivência, poderá prestar um grandioso trabalho.
PARTIDOS FORTES
Em Monteiro, começa a arrumação dos partidos para a campanha municipal de 2016.
Pelo que se observa na movimentação até o momento e que deverá ser intensificada até o final de setembro, 4 legendas deverão servir de abrigos para as principais candidaturas à Prefeitura e Câmara Municipal: PSDB e DEM no bloco da situação e PSB e PMDB no bloco da oposição.
VAQUEJADA DO GALVÃO
A Vaquejada do Parque José Galvão, em Monteiro, está de volta, agora pelo Circuito Paraíba/Pernambuco, dias 8 e 9 de agosto.
No sábado (8) duas boas atrações da musica nordestina: Luan Estilizado e Dejinha de Monteiro.
UMAS & OUTRAS
Futebol monteirense já teve até catimbó
Nos anos 80 o Tabajaras de Monteiro era um dos melhores times de futebol do interior, formado com: Beto, Bambão, Aderaldo, Galego de Sumé e Rostand; Gidelson, Bebeto e Dedezinho; Zema, Bacurau e Toicinho.
Estava em disputa o Campeonato Matutão, promovido pela Federação Paraibana de Futebol, com participação de equipes das principais cidades paraibanas. Era a Copa do Interior.
Embalado, o Tabajaras chegara às semi-finais da competição. O jogo seria na cidade de Conceição do Piancó, contra a seleção local. Ganhando o jogo, o time monteirense estaria decidindo o título. O detalhe era que o time de Conceição nunca havia perdido um jogo em casa.
Na terça-feira anterior ao jogo, reunião da diretoria. O diretor técnico, Brazinho, levantou uma questão, dizendo que o jogo seria muito difícil e o Tabajaras precisava ganhar de todo jeito, portanto era preciso uma arma extra-campo, pra garantir o resultado.
Brazinho, que já tinha a solução arquitetada, explicou:
– Eu soube que tem um homem muito sabido, um catimbozeiro, lá no sítio Monte Alegre. É seu Inácio Quixabeira. Dizem que se ele fizer um trabalho bem feito, é vitória na certa para nosso time. Ele “amarra” cavalo de prado e até já adivinhou resultado do jogo do bicho.
Aprovada a idéia, foi feito o contato e ficou combinado que na sexta-feira, por volta da meia-noite, a diretoria estaria na residência do “professor”, com o material a ser utilizado no trabalho de ciências ocultas: uma camisa do time e as chuteiras do artilheiro tabajarino, Bacurau.
Na noite da sexta-feira, ante véspera do jogo na cidade de Conceição do Piancó, saímos: eu, dirigindo minha Brasília marron de 2 carburadores, Josevá Leite, Biu de Zé Pretinho, Brazinho e o atacante Bacurau. Como destino, a residência de Inácio Quixabeira, no sítio Monte Alegre, na divisa entre Monteiro e Tuparetama. O objetivo, fazer um catimbó para ganharmos o jogo.
As opiniões entre os dirigentes rubro negros se dividiam. Eu e Josa, não acreditávamos que a empreitada tivesse sucesso. Biu e Brazinho tinham muita confiança no serviço do catimbozeiro, que era famoso na região.
Quando faltava cerca de meia légua para chegar à residência de Seu Inácio, o carro apagou o fogo e, depois de uma meia hora de tentativas, só pegou no empurrão.
Chegamos ao terreiro da casa onde o “professor” residia e percebemos a luz de um candeeiro. Descemos e, antes de chamarmos, o mestre abriu a porta e, sorrindo, perguntou:
– O carro demorou a pegar?
Todo arrepiado, Biu cutucou Brazinho e, cochichando, falou:
– Parece que ele adivinha mesmo…
Entramos e sentimos logo o cheiro de defumador e de cachaça. O velho começou os trabalhos e acendeu duas velas, uma vermelha e outra preta, coincidentemente, as cores do Tabajaras.
Em determinado momento, pegou a cabeça de Bacurau, passou um galho de mato, respirou fundo e decifrou o destino:
“Vocês vão enfrentar uma barreira forte logo na viagem. E no jogo, vão sofrer uma pressão muito grande. Vão ficar bem pertinho de perder. Mas no finalzinho do jogo vai acontecer uma coisa diferente e vocês vão ganhar. Na hora do jogo eu vou ficar aqui trabalhando e qualquer coisa eu mando “os meninos” lá, resolver. ”
Terminada a sessão, catimbó feito, voltamos a Monteiro, confiantes.
No domingo saímos logo cedo com destino ao Alto Sertão. Na viagem, o ônibus de Lucílio Amador quebrou duas vezes. Chegamos em cima da hora.
Começou o jogo e dos atletas, somente Bacurau sabia da encomenda. O time de Conceição, além de ter a empolgação da torcida, era muito bom.
O primeiro tempo terminou 0 X 0, levamos um sufoco e o time local chutou duas bolas na trave.
No segundo tempo, aos 28 minutos, pênalti a favor do Conceição. O goleiro monteirense, Beto, defendeu a penalidade.
Aos 45 minutos, quando tudo se encaminhava para um empate, escanteio a favor do Tabajaras. Todo o time foi pra área, pois era a última chance.
O lateral direito Bambão ajeita a bola e cobra o escanteio. No exato momento, acontece um pé de vento muito forte no estádio, com um redemoinho concentrado na grande área, onde o goleiro do Conceição estava atordoado. A bola veio girando do alto, bateu na cabeça de Bacurau e entrou. GOL DO TABAJARAS. Após o gol, dois “coqueiros” colocando a bola fora do campo, garantiram a vitória.
Até hoje, perdura a grande dúvida. Uns acreditam que o catimbó de Inácio Quixabeira, deu certo. Outros acham que tudo não passou de uma mera coincidência.