Por Simorion Matos
O COMÍCIO DA TRANSPOSIÇÃO
Uma multidão marcou presença em Monteiro no domingo, 19. A motivação maior da grande maioria de quem rodou quilômetros de distância para estar na Princesa do Cariri não foi ver a gigantesca obra da transposição, mas, sim, ver e apoiar o ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma. Os simpatizantes dos ex-presidentes não mediram esforços e vieram de várias partes do Nordeste.
Na semana anterior, às margens do Rio São Francisco Paraíba, ao lado da BR 412, o presidente Michel Temer participou de um ato administrativo de várias cores que reunir num só palanque Cássio Cunha Lima, José Maranhão, Raimundo Lira, Ricardo Coutinho, João Henrique e outras lideranças políticas que nem sempre convivem de forma pacífica ou harmoniosa,
No evento político deste domingo, um grandioso comício, o mundo ficou vermelho, os diferentes não se juntaram e os chavões e discursos evidenciaram as guerras políticas: em nível nacional entre Temer e Lula e na esfera estadual entre Ricardo Coutinho e Cássio.
Acostumada a receber multidões desde os grandiosos shows que a então prefeita Edna Henrique realizou nos períodos juninos, Monteiro ficou superlotada mais uma vez, agora com o mote de comemorar a vinda das águas que já chegaram, trazidas com o dinheiro do povo, independentemente de quem se julgue dono do projeto.
POLITIZANDO
Na estrutura montada para o comício do domingo em Monteiro, existia em local de destaque uma faixa com os dizeres: “Lula e Ricardo: a transposição é a prova que a vitória é de quem trabalha PSB 40”. No seu discurso, o governador fez questão de registrar que Lula é o pai da transposição e destacou avanços sociais nos governos petistas. Falou nas eleições de 2018 e disse que os que não estiverem com ele, representam o atraso.
Praticamente confirmou que, na Paraíba, PT e PSB estarão juntos.
EVENTOS COM FORMATOS DIFERENTES
Quem acompanhou os eventos dos dias 10 e 19 de março em Monteiro, percebeu a enorme diferença de formatos. No de Temer, oficial, a equipe do governo federal, principalmente a de segurança, dificultou ao máximo o acesso das pessoas, isolando o presidente do povo.
No evento deste domingo, político, os organizadores fizeram questão de colocar Lula perto do povo.
MONTEIRENSES PRESTIGIAM NOVO REITOR
A transmissão do cargo de reitor da UFCG ao monteirense Vicemário Simões, ocorrida na sexta-feira (17), contou com a presença de vários conterrâneos. No auditório da Fiep, o cortejo que o conduziu para a investidura no cargo foi formado por Iraná Simões (representando a família), a professora Darcy Galdino, José Quintans (que foi seu primeiro chefe no Banco do Brasil como menor estagiário) e Doinha Santa Cruiz. Marcaram presença também: a prefeita Anna Lorena, o jornalista Fred Menezes (Secretário de Comunicação), Rosemere e Simere Matos, Luan Amorim e Véi Dobe. Estivemos ao lado dos manos Vimário e Namário (com a esposa Wilma).
Em sua saudação, Vicemário Simões fez questão de rememorar sua infância e juventude em Monteiro, registrando e agradecendo a honrosa presença dos conterrâneos, destacando a prefeita Anna Lorena.
RASGARAM O AÇUDE POÇÕES
Preocupante o que fizeram no açude de Poções, em Monteiro, que foi “rasgado” antes mesmo de atingir nível suficiente para abastecer a cidade, conforme comprovam matérias e fotos publicadas na imprensa regional. Pelas informações oficiais, foi aberto um canal paralelo para que a água da transposição possa chegar mais rápido ao açude de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outros municípios da Borborema.
Esperamos que o Ministério Público Federal tome as providências urgentes e cabíveis no sentido de constatar quem foi responsável pela ação no mínimo insensata, determinando providências urgentes para resolver o problema.
A prefeita Anna Lorena já informou que o governo municipal adotará as medidas cabíveis para que o município de Monteiro não seja prejudicado.
CAMAROTES À ESQUERDA
Coincidentemente montados do lado esquerdo do palanque que abrigou Lula e comitiva durante o comício realizado no domingo, 19, em Monteiro, camarotes receberam convidados especiais para o evento.
A montagem dos camarotes serviu para mostrar que não é somente no centro e na direita que existe a divisão social, onde o povão fica de um lado, sob o sol escaldante, e as autoridades são colocadas em lugar privilegiado, com sombra e água fresca.
A esquerda também pratica esta divisão. Tudo, com a concordância do companheiro Lula.
Pelo menos neste aspecto, direita, centro e esquerda estão empatados.
PENSAMENTO DA SEMANA:
“Contento-me com pouco, mas desejo muito”.
(Miguel de Cervantes)
COISAS & CASOS
Quanto mais a cidade cresce, mais fica diferente. E vez por outra bate uma saudade danada da cidadezinha pacata da nossa juventude. Por isto, os sessentões, setentões e oitentões de Monteiro não esquecem:
O chouriço de dona Celeste Santa Cruz.
A beira seca de Dona Severina do Alto do Cemitério.
O samba de côco de Dona Quitéria Noberto (Mãe Teté).
A traíra do Bar de Argemiro, em frente à Bodega de Mariano Bezerra.
O caldo de cana de Ci Coroca.
A carne assada de Dona Maria do Hotel Continental.
Os sorvetes de Sebastião Targino e de Dona Filó.
A panelada de Luzia Gorda.
O rolete de cana na calçada do Cine Galdino.
As mensagens sonoras da Difusora de Luiz Marcelino.
O bode guisado como tira gosto, no Bar de Adjar.
Os sermões na missa do Monsenhor João Honório.
O pão calango da padaria de Chico Salvino.
O Clube de Xadrez, de Sebastião Carvalho.
Os banhos com água magnesiana no chafariz do Parque das Águas.
As cantorias no bar de Pedro Aleixo.
As novidades sempre novidades da Casa Raphael, de Darcílio Gomes Raphael.
Os cachetes Cibazol das farmácias de Seu Alcindo e Seu Osvaldo e o Biotônico Fontoura na farmácia de Antônio Velho e em Paulo da Farmácia.
A cadeira de engraxate de Manoel Pitelo.
Os bingos da Praça João Pessoa, chamados por Donato.
As domingueiras da AGA X TABAJARAS, no Estádio Feitosão, com Walter Leite no apito.
As “lapinhas do natal” montadas por Dona Aurinha e Maria Pereira no Salão Paroquial.
O Parque Lima e o Parque Trianon, na Festa da Padroeira.
Os beliscões de Padre Zé nos estudantes do Ginásio de Monteiro.
A primeira estação radiofônica de Monteiro, Rádio Cacique, de Tobias di Pace.
O passeio matinal das normalistas do Colégio das Freiras.
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