Por Simorion Matos
OPOSIÇÕES: SE JUNTAR PESA
Quem acompanha com serenidade a política paraibana e faz uma análise desapaixonada e lógica da movimentação dos seus atores, sabe muito bem que se vingar a propalada união do PSDB com o PMDB e o PSD o quadro ficará muito difícil para governador Ricardo Coutinho eleger o seu sucessor. O nome do governador é muito forte para disputar uma vaga no Senado, mas ele não tem um nome bom eleitoralmente para sucedê-lo no Palácio da Redenção.
Em 2010, Cássio se juntou com Ricardo Coutinho e derrotaram Maranhão. Em 2014, no segundo turno, Maranhão se juntou com Ricardo Coutinho e derrotaram Cássio.
Está claro, portanto, que se Cássio e Maranhão se juntarem, estarão fortalecidos. Imaginem com o reforço de Luciano Cartaxo e Rômulo Gouveia, afora outras lideranças que não se afinam muito bem com Ricardo Coutinho e poderão reforçar a oposição.
LIRA “TOCARI A” UMA CANDIDATURA?
Há quem admita que o senador Raimundo Lira venha a deixar o PMDB e vá para o PSB, sendo o candidato a governador apoiado por Ricardo Coutinho.
A primeira pergunta que surge é se Lira teria cacife suficiente para empolgar o eleitorado paraibano enfrentando as maiores lideranças do estado, ou seria um instrumento desafinado como foi Cida Ramos na disputa pela Prefeitura de João Pessoa, mesmo sendo a candidata de Coutinho, tido até então como o maior líder político da capital.
A outra pergunta é se RC que não conseguiu transferir para Cida Ramos a votação em João Pessoa, conseguiria transferir para Raimundo Lira a votação no Estado.
DESSERVIÇO DA CAGEPA
Para os usuários não é novidade a péssima qualidade no serviço prestado pela CAGEPA em praticamente todos os municípios da Paraíba.
Se quando existia considerável volume de água nos reservatórios o atendimento já era ruim, à medida que os mananciais estão secos ou com volume insuficiente esse atendimento fica cada vez pior.
Os detalhes são que a empresa, mesmo sendo informada que o volume nos açudes reduzia a cada dia, não planejou nenhuma alternativa de abastecimento à população e simplesmente informa que a água acabou ou vai acabar.
E, para completar, as contas estão chegando com reajuste. A água não existe, mas a cobrança da conta permanece, agora reajustada.
MENSAGEM POSITIVA
Foi recebida de forma bastante positiva a mensagem do Poder Executivo na abertura do período legislativo em Monteiro, na quinta-feira (9). Por delegação da prefeita Anna Lorena, a mensagem foi apresentada na Câmara Municipal pelo vice-prefeito Celecileno Alves.
Na mensagem, a prefeita registrou que a sociedade monteirense tem consciência da grandeza do seu Poder Legislativo, sua importância para a democracia e, em especial, para o desenvolvimento da cidade. Lembrou que as eventuais diferenças político-partidárias e ambições pessoais devem ser bem menores que o interesse coletivo, que deve estar acima de tudo. Disse que a sua gestão vai atuar através de uma boa relação entre o governo municipal e o Legislativo, pois a Câmara poderá contribuir muito para o andamento das ações promovidas pela Prefeitura, através de projetos, sugestões, fiscalização responsável e até mesmo críticas construtivas.
A prefeita enfatizou na mensagem que as suas prioridades são: equilíbrio financeiro, modernização administrativa, valorização dos servidores públicos, ampliação dos serviços de saúde e educação, melhoria da infraestrutura urbana e rural, fortalecimento da cultura, do turismo, dos esportes, consolidação da cidade como pólo econômico regional.
NOVA RÁDIO FM EM MONTEIRO
A cidade de Monteiro deverá receber este ano uma nova emissora de rádio FM – Frequência Modulada.
A Rádio Santa Maria, pioneira na região do Cariri, estará migrando de AM para FM, cujo projeto já foi aprovado pelo Ministério das Comunicações. A emissora que pertence ao Sistema Correio de Comunicação foi fundada em 5 de maio de 1990 e tem 27 anos de funcionamento, prestando bons serviços.
Tivemos informações de que esteve recentemente em Monteiro o Diretor Administrativo e Financeiro Eribaldo Couto, acompanhado de uma equipe técnica, significando dizer que a diretoria está se movimentando para que a nova FM da cidade entre brevemente em operação.
VISITA SAUDÁVEL
Na semana passada tivemos o prazer de receber a visita bastante saudável da professora Isabel Rosa, ela que também está afastada das atividades profissionais por motivo de saúde.
Isabel Rosa é uma das mais expressivas educadoras do Cariri, com relevantes serviços prestados à educação e à cultura da região.
Foi presença significativa numa comissão que formamos nos anos 80 em Monteiro para realização da Semana Universitária. Ao lado dela e de Nielson Nunes, Fátima Aragão, Clarício Cavalcante e outros colaboradores, realizamos o evento em cuja programação constava o júri simulado de uma figura marcante da história.
SEMANA UNIVERSITÁRIA
Nas três versões que fizemos da Semana Universitária de Monteiro, apresentamos cinema de arte, dança, júri simulado, teatro, música, literatura, cantoria, esportes e lazer. Trouxemos o Grupo de Xaxado do Liceu Paraibano, Cambindas de Taperoá, Tropeiros da Borborema e também grandes expressões do mundo jurídico. No júri simulado de Pilatos, tivemos a acusação feita por Euvaldo Brito e a defesa feita pelo tribuno Raimundo Asfora. No júri simulado de Lampião, a defesa do cangaceiro foi feita por José Rabelo. O corpo de jurados era constituído por advogados e estudantes de Direito.
A professora Isabel Rosa considera a Semana Universitária de Monteiro como um evento que marcou época no Cariri paraibano.
COISAS & CASOS
As domingueiras festivas do futebol monteirense
É muito rica a história do futebol monteirense. É justo registrar que 3 prefeitos tiveram papel fundamental na história esportiva de Monteiro: Inácio José Feitosa que fez o Campo do Cajá; Jorge Rafael de Menezes transformou o campo em estádio, construindo arquibancadas, vestiários e alambrados. E doutor Chico, que implantou o gramado. Em 1981 o Feitosão ganhou iluminação com apoio de Cicero Ernesto Leite, então presidente da SAELPA.
Na formação dessa história tivemos a presença e o trabalho de grandes desportistas, a começar por Antônio Grosso e Manoel Pitelo. Também contribuíram muito Saul Formiga, Jason Azevedo, Tobias di Pace, Romualdo Mayer, Braz Reginaldo (Brazinho), Walter Leite, Ju de Silva Brito, Josevá Leite, Marcos Gouveia, Doutor Vevé, Rael fumeiro, Edvaldo Bezerra, Sérgio Bezerra e tantos outros.
As grandes batalhas no campo do Cajá começaram nos anos 60, envolvendo o CENTRAL de Saul Formiga e o CENTRO, de Jason Azevedo. Na época o campo do Cajá era fechado por cercas de avelóz. Aos domingos pela manhã era a vez da escolinha ABC, criada por Eliezer relojoeiro, um norteriograndense radicado na Princesa do Cariri e treinada por Manoel Pitelo.
Em seguida foi criado o Tabajaras Esporte Clube e a AGA (Associação Guarany de Atletismo). A partir daí, uma grande rivalidade animou as tardes de domingo, pois rubro-negros e alviverdes se revezavam em bons jogos com equipes do interior pernambucano e do interior paraibano. Pelo menos duas vezes por ano os gigantes se enfrentavam no grande clássico do futebol caririzeiro. Durante um bom tempo exigiu também o Varzeano, da Rua da Várzea.
A rivalidade era tanta que num determinado jogo, a diretoria tabajarina contratou o time profissional do Campinense para jogar com as camisas do rubro negro de Brazinho. A diretoria da AGA não fez por menos e trouxe o Central de Caruaru. Com isto, aconteceu no Feitosão um jogo entre Campinense X Central de Caruaru, na época as melhores equipes do interior da Paraíba e de Pernambuco, como sendo TABAJARAS X AGA.
Nas tardes de domingo o Estádio Feitosão era uma festa só e para animar as torcidas, comparecia o trio de João Benedito com sanfona, zabumba e triângulo.
Atletas dedicados fizeram a alegria dos torcedores, entre eles: goleiros Pé de Lebre, Nô, Zé Preto, Edgar de Peba, Beto e Toinho; na defesa: Bada, Miranda, Tadeu, Cabeção, Bambão, João Carretão, Bezinho Lola, Galego de Sumé, Aderaldo, Feitosa, João Monteiro, Aluizio e Djalma Simões; meio-campistas: Gidelson, Luiz Zanata, Nilson, Naldeir, Zezinho Maciel, Indú, Jason, Chila, Dedezinho, Sulipa, Rostand, Bebeto, Joelk, Grande Otelo; Atacantes: Nezinho Marreco, Givinha, Chiquinho de Heráclito, Bague, Bacurau, Toinho Sapo, Zema, Ribamar, Chico Mãozinha, Toicinho, Joaquim Lola, Givonaldo.
Quando Jorge Rafael de Menezes era prefeito foi criado o Independente, com os melhores da cidade, além de bons jogadores vindos de fora e que tinha o experiente Sabará como treinador.
Com a criação do time da SOCREMO, Monteiro ganhou espaço no futebol profissional paraibano, e o Gavião do Cariri fez bonito enquanto funcionou. Realizou excelente campanha na 2ª divisão e conquistou expressivos resultados na divisão especial, inclusive decidindo um turno do Campeonato Paraibano com o Botafogo de João Pessoa. Vestiram a camisa tricolor, entre outros craques: goleiros Célio, Bolachinha, Cláudio e Gato Preto; na defesa: Silvano, Marcolino, João Carlos, Balu, Marcos Antônio, Pedrinho e Antônio Marcos; meio-campistas: Zé Orlando, Fischer, Alfredo, Capá, Walter Sanharó, Janilson; atacantes: Juninho Petrolina, Gilson Jacaré, Serginho, Quinho e Chã.
Com a SOCREMO em campo as domingueiras do Feitosão passaram a ser motivadas e animadas pelas transmissões do rádio. A equipe 1.540 da Santa Maria, comandada por Simorion Matos, teve grandes nomes como: Dimas Andrade, Anchieta Santos, Sizenando Siqueira, Francisco José, Zé Pequeno, Napoleão de Castro, Rubens Júnior, Berlin Carvalho, Josa Paiva, Assis Teixeira, Juca Sá e Jota Júnior.
Pelas dificuldades de patrocínio e por conta da falta de estrutura do futebol paraibano, a SOCREMO paralisou o seu futebol profissional. Mas o Feitosão continua de pé, abrigando jogos do Campeonato Monteirense, Campeonato Ruralzão e amistosos.
O Estádio Feitosão, que poderá ser transformado em Complexo Esportivo, foi no passado e continua sendo no presente um palco para bons artistas do futebol.
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