Não é só futebol que mexe com os corações e mentes dos torcedores durante a Copa. A comprovação científica surgiu em 2013 com estudo da Universidade de Valência (Espanha) e Amsterdã (Holanda) que dá conta que para os homens ver sua seleção vencer uma Copa do Mundo equivale a fazer sexo.
Com a Copa do Mundo apenas no começo, prostitutas, transexuais, travestis e empresários do sexo se preparam para garantir que os turistas atraídos pelo evento sejam recebidos de braços –e pernas— abertos no Brasil.
“A prostituição de mulheres, travestis e gays maiores de idade nunca foi ilegal no Brasil. Existe turismo sexual sadio e legal. Eu já fiz sexo naquelas vitrines de Amsterdã… Já fui no Moulin Rouge… Onde existem pessoas tem sexo e também tem prostituição. É normal ”, diz Oscar Maroni, o auto-proclamado Larry Flynt brasileiro. Maroni é dono do Bahamas Hotel e provocou polêmica ao colocar outdoors de cunho sexual relacionados a Copa do Mundo.
Quem tem uma opinião parecida com a de Maroni é Majorie Marchi, Presidente da Associação das Travestis e Transexuais do RJ (ASTRA RIO). Segundo ela, é fundamental que as pessoas façam a diferenciação entre o turista sexual e pedófilos. “Não existe problema algum em nenhum turista procurar sexo pago desde que ele seja oferecido por uma pessoa maior de idade. Isso é legal no Brasil. Pedófilos são criminosos e devem ser combatidos e punidos”, diz.
Majorie atualmente trabalha na Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura do Rio de Janeiro e é uma das personalidades mais atuantes do universo GLBT no Brasil. Ela se dedica a garantir acesso a educação e saúde para transexuais e travestis. Uma de suas grandes vitórias foi fazer com que a identidade social dos travestis fosse reconhecida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.
Para Majorie, a onda de turistas atraídos pela Copa do Mundo não deve aumentar a violência sofrida por transexuais e travestis no Brasil. “Nosso perigo já está aqui dentro e é bastante conhecido”. Tendo em vista estudo de 2012, o Poder Público Federal registrou 1.713 vítimas de violência entre o público LGBT e travestis respondem a 51%, 68 dessas vítimas ela tem toda razão.
Grife do sexo
Tão diverso quanto o público que irá acompanhar a Copa do Mundo é o mercado do sexo nas cidades sedes da Copa do Mundo. Palco da abertura do Mundial, São Paulo tem desde endereços degradados até empreendimentos luxuosos dedicados ao prazer. “Aqui você só encontra carrão! Ferrari, Maserati, Mercedes… Aqui não tem Fiat velho não”, diz orgulhoso Oscar Maroni.
O Bahamas Hotel é, definitivamente, uma das principais opções de entretenimento adulto para endinheirados. Tanto que para entrar no complexo do prazer de Maroni é preciso pagar R$ 231 –quase um terço do salário mínimo no Brasil.
Para receber os turistas, Maroni preparou uma programação para lá de especial. “A fachada do Bahamas está toda de verde e amarelo. Em cima tem uma bandeira do Brasil só que no meio tem o símbolo do meu Corinthians que eu não abro mão”, explica Maroni.
Durante os jogos do Brasil as garotas estarão usando apenas a camiseta dos jogadores da Seleção e a cada gol ficarão nuas. Também haverá shows de strip tease. “Teremos uma mulher vestida de burca verde e amarela que ficará completamente nua”, diz.
Os únicos clientes que não irão pagar entrada serão advogados que apresentarem a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “É a minha homenagem a classe que tanto me ajudou a reabrir minha casa após uma longa batalha judicial”, resume Maroni.
Hedonista convicto, Maroni se orgulha de ser o homem com o “pênis mais usado do Brasil” e um empresário do sexo de sucesso. “Quando você vem a minha casa irá perceber que tem meu nome escrito na porta. Eu dou a cara. Me orgulho do que eu faço. A Copa vai ser uma festa e a cada gol do Brasil… Com o perdão do trocadilho vai ser um ‘Yahoooooo!’, exclama fazendo um trocadilho com o nome deste portal.