Um dos 48 políticos investigados pela Operação Lava Jato, o senador e ex-presidente da República Fernando Collor usou, nesta quarta-feira (5), um palavrão durante discurso na tribuna do Senado para xingar o chefe do Ministério Público (assista ao vídeo acima). Collor insultou Janot no momento em que justificava o atraso no pagamento de parcelas do financiamento de compra de sua Lamborghini apreendida pela Polícia Federal (PF) na Lava Jato.
O senador do PTB subiu à tribuna do Senado um dia depois de vir à tona que el teria recebido R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora entre 2010 e 2014. Diante dos senadores, ele negou, mais uma vez, participação no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Collor é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
No discurso desta quarta-feira, ele criticou o que chamou de “vazamentos seletivos” de informações pelo procurador geral da República – a quem ele acusa de promover uma “sórdida estratégia midiática”.
Quanto aos carros de luxo apreendidos pela Operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, o senador disse que são propriedade de empresas das quais é sócio majoritário e afirmou que é o responsável pelos seus financiamentos.
A defesa de Collor apresentou um pedido ao STF para que os carros apreendidos na Operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, sejam devolvidos para ele. “São bens de minha propriedade, adquiridos de forma lícita, correta, e, portanto, devem ficar sob a minha guarda, mesmo na condição de fiel depositário”, declarou.
O ex-presidente também minimizou as denúncias de que os carros estão com parcelas em atraso. “Se existem parcelas em atraso, é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo, jamais, em tempo algum, sob risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atraso se deve a recursos escusos. [São] afirmações caluniosas e infames”, enfatizou.
Collor não citou especificamente a nova denúncia contra ele, mas disse “nada ter a ver” com os fatos a ele imputados. E declarou ter certeza de que “a verdade, mais uma vez, virá à tona”.
“Reafirmo que tudo não passa de ilações. São falsas versões impingidas à opinião pública de forma a esterilizar a verdade, a escamotear as reais intenções midiáticas do procurador-geral da República e a impor a narrativa que a ele interessa”, disse Collor no discurso.
“Principalmente num momento como esse, de sua campanha pela recondução ao cargo que agora ocupa. Utilizam-se do meu nome, utilizam-se da minha imagem, utilizam-se dos meus bens para se autopromoverem, para fazer aquele espetáculo”, complementou.