A denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ser protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) até sexta-feira (21) pela Procuradoria Geral da República, tem aproximadamente 80 páginas. Já a do ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL), que será feita no mesmo dia, ultrapassa as 200 páginas.
As informações foram passadas ao Blog por investigadores com acesso ao conteúdo. Descritos como bem fundamentadas, os documentos detalham o suposto envolvimento de Cunha e Collor no esquema de cartel, corrupção e lavagem de dinheiro montado na Petrobras e apurado pela operação Lava Jato.
Junto com o presidente da Câmara, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar a ex-deputada Solânge Almeida (PMDB-RJ), correligionária de Cunha acusada de ajuda-lo a usar o parlamento para retornar o suposto pagamento de propinas. Segundo informado ao Blog, Collor será denunciado com ao menos outras quatro pessoas.
Em julho, Cunha foi acusado pelo ex-consultor da Toyo Setal Julio Camargo, um dos delatores da operação, de ter pedido propina de U$ 5 milhões para que um contrato de navios-sonda da estatal do petróleo fosse viabilizado, sem licitação. A denúncia vai detalhar o caso.
Collor é investigado como receptor de R$ 26 milhões em propinas, entre 2010 e 2014, por contratos firmados na BR distribuidora. Outro delator do esquema, Rafael Ângulo Lopez, braço direito do doleiro Alberto Yousseff, deu detalhes de como entregava propina na casa do ex-presidente da República, conforme mostrou o Blog.