A bancada de oposição da Assembleia Legislativa está reunida na sede do PSC, em João Pessoa, nesta segunda-feira (23) para debater a não instalação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Estão presentes: Renato Gadelha (PSC), Ricardo Marcelo (PEN), Bruno Cunha Lima (PSDB), Tovar Correia Lima (PSDB), Camila Toscano (PSDB), Arnaldo Monteiro (PSC), Janduhy Carneiro (PTN), Daniela Ribeiro (PP), Manoel Ludgério (PSD), João Henrique (DEM) e Dinaldinho (PSDB).
Na reunião, o deputado Bruno Cunha Lima (PSDB) destacou que o projeto não é visto com bons olhos pela sociedade diante do momento de crise política e econômica que o Estado e o país enfrenta. Assim, seria desnecessário tanto por uma questão econômica, quanto contra clamor da sociedade.
“Estamos vivendo dias de crise econômica e política no país, quando a população vai às ruas pela diminuição da estrutura estatal, a população vai às ruas pela diminuição do número de Ministérios, secretarias e cargos comissionados, e a Paraíba não pode andar no bonde oposto à história e destinar R$ 60 milhões ao Tribunal de Contas dos Municípios para fazer uma afronta política ao Tribunal de Contas do Estado que dispõe de quadros técnicos e desenvolve trabalhos a contento”, revelou o parlamentar.
Bruno inclusive fez um apelo ao governador Ricardo Coutinho (PSB) para que ele recue da intenção de criar o órgão, já que a Paraíba não precisa de novos conselheiros, mas da realização de demandas administrativas.
“Eu espero que o governo pondere como fez Cássio e José Maranhão, pois a Paraíba não precisa de mais conselheiros, hoje nós temos um déficit de 50% de policiais, por isso, que o número de homicídios na Paraíba é de mais de 1.300 apenas esse ano. Nós precisamos que esses R$ 60 milhões, que seriam usados no TCM, na polícia, para contratar os concursados, médicos, pagar aos fornecedores, cumprir decisões judiciais. Nós precisamos que o estado cumpre as demandas administrativas e não políticas”, finalizou.
Outro que reforça a inutilidade da instalação do TCM é o senador Cássio Cunha Lima
O senador Cássio Cunha Lima afirmou nesta segunda-feira, 23, que o governo do Estado, em vez de tentar resolver ou pelo menos diminuir os graves problemas que assolam a Paraíba atualmente, tem mostrado preocupação, apenas, com a instalação do Tribunal de Contas dos Municípios.
Ele destacou a gravíssima crise hídrica, cuja omissão do governo torna a falta de água ainda mais grave: “o governo do Estado não assume as suas responsabilidades, preferindo fazer de conta que não tem nada a ver com essa questão”.
Cássio lembrou que os principais açudes do Estado enfrentam uma crise histórica, a exemplo dos açudes de Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras; São Gonçalo, em Sousa; Epitácio Pessoa, em Boqueirão – e que abastece uma população de mais de um milhão de habitantes juntamente com Campina Grande, e o complexo Coremas-Mãe D’Água, o maior do Estado, que está com 15% da sua capacidade.
O senador citou a greve na Universidade Estadual da Paraíba, que após mais de cinco meses terá as aulas retomadas, “mais por causa da sensibilidade dos professores do que da ação do governo, que continua a desrespeitar frontalmente a Lei da Autonomia da UEPB”. Ele lembrou que, durante todo o seu governo, a UEPB não teve greve, porque o diálogo sempre foi aberto e franco com todos os que fazem a nossa universidade.
“Em vez de perder tempo discutindo a instalação do TCM, o governo do Estado deveria propor e agir para conter o caos que está a segurança pública na Paraíba, onde tivemos mais de 1.300 assassinatos este ano, além dos milhares de crimes cometidos contra a pessoa e o patrimônio, que causam terror à sociedade”, afirmou o líder do PSDB no Senado.