Dia Mundial do Solo é comemorado com ações para o Cariri da UFCG em Sumé

O Projeto Solo na Escola/UFCG e o Programa de Ações Sustentáveis para o Cariri – PASCAR do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, nos 3 e 4 de novembro, organizaram a III Feira do Solo, ação educativa direcionada a estudantes, agricultores e comunidade civil em geral. O objetivo foi compartilhar informações sobre o solo, para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de cuidar desse recurso ambiental por excelência.

Ao longo da quinta-feira (3) e na manhã dessa sexta-feira (4) a Exposição do Solo ficou montada para visitação no Ginásio O Netão e no Estadual de Sumé, respectivamente. A coordenadora do Espaço de Educação em Solos, a professora Adriana Meira, também esteve na Câmara de Vereadores de Sumé, na noite da quarta-feira (3), apresentando palestra sobre O Dia Mundial do Solo.

“Trabalhar pela popularização do ensino de Solos e pela disseminação de conceitos para promoção de posturas sustentáveis de uso e manejo do Solo são estratégias absolutamente relevantes para contribuir com o estabelecimento de um tempo de paz, fundado na afetividade e respeito pela MãeTerra”, disse a professora Adriana.

O Solo

O Solo sustenta a vida: muito lento para se formar; rápido demais para se perder. O Dia Mundial do Solo foi proposto pela União Internacional de Ciência do Solo e endossado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para ser uma referência na agenda ambiental dos povos.

A celebração foi criada após o reconhecimento da urgente necessidade de se conscientizar a população sobre a sustentabilidade dos recursos limitados do solo. A motivação do alerta são os altos índices de degradação e contaminação do solo: Embora o solo seja o recurso ambiental que fundamenta a vida no planeta, pelas funções que lhe são inerentes, como base para produção de alimentos, fibras e energia; sustentáculo de cidades e infraestrutura de transportes; fonte de matérias-primas e biodiversidade; suporte dos grandes ciclos biogeoquímicos; filtro e transformação de resíduos; reservatório de água e nutrientes, além de manter o registro histórico da evolução do planeta e de suas potencialidades não agrícolas, este recurso complexo, dinâmico e finito não tem sido bem cuidado.

As discussões sobre as relações homem-natureza ainda estão muito focadas em clima e água, pouco se falando sobre o solo como meio capaz de sustentar a vida no planeta e que se encontra ameaçado pelas ações antrópicas predatórias e insustentáveis.

Neste dia 5 de dezembro, a FAO realiza uma sessão especial em sua sede, em Roma, com o tema “Garantindo solos saudáveis para um mundo seguro em alimentos”, como alerta para toda comunidade sobre a necessidade de se voltar o olhar para a necessidade de cuidar do solo.

No mundo inteiro, 3,6 bi ha ou seja, 33% das terras do planeta estão degradadas, atingindo 110 dos 191 países e 1/3 da população.O Brasil, por exemplo, perde milhões de toneladas de solo anualmente nos diversos sistemas de uso desse recurso natural e cuja imagem mais recorrente é a de rios impregnados de sedimentos. São 1,34 mi km2, ou 15,72% do território ou 32 mi pessoas.

No Nordeste são 230 mi km2 de solos estão degradados. Na PB dos 223 municípios da Paraíba, 203 já estão sob ameaça de desertificação – 93,27% do total. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a situação da maioria dos solos no Estado foi classificada, quanto aos riscos de desertificação, como grave (14,76%) ou muito grave (57,06%). Segundo o INSA, mais de 72% dos solos agricultáveis na Paraíba já estão em situação de moderada a severa de degradação.

Num planeta que abriga 7.2 bilhões de habitantes, essa camada não renovável, precisa urgentemente de cuidado e respeito às suas necessidade, limitações e potencialidades, pois a sustentabilidade dos solos é fundamental para enfrentar as pressões de uma população em crescimento. Somente o reconhecimento, defesa e apoio para a promoção da gestão sustentável dos solos pode contribuir para solos saudáveis e assim para a segurança alimentar e nutricional das populações.

O Dia Mundial do Solo e do Ano Internacional dos Solos devem ser refletidos e discutidos com ações que contribuam para a sensibilização quanto a mudança de posturas para minimizar o avanço da degradação, contaminação, poluição e para a desertificação.

A ciência já demonstrou que em média a natureza leva cerca de 400 anos para criar uma camada de apenas um centímetro de solo fértil, enquanto que o seu mau uso e manejo pode ocasionar a perda dessa camada em um período de tempo muito curto.

Em março desse ano de 2015 o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou em Brasília a Conferência de Governança do Solo. Esse evento merece destaque porque o TCU não possui entre as suas atribuições diretas a incumbência de estabelecer políticas públicas para a preservação dos recursos naturais. A iniciativa evidencia o interesse crescente que o solo está despertando na sociedade.

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