A presidente Dilma Rousseff chamou nesta sexta-feira (4) ao menos cinco ministros do governo para avaliar a ação da Polícia Federal de cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e levá-lo para prestar depoimento em São Paulo.
Em um primeiro momento, Dilma se reuniu com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social). Depois, a presidente permaneceu reunida com Cardozo e o novo ministro da Justiça, Wellington Lima e Silva.
Procurada pelo G1, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso e informou que a agenda de Dilma prevista para esta sexta está mantida. Pela manhã, ela se reunirá com prefeitos e, à tarde, governadores.
Alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, Lula foi levado pela PF para prestar esclarecimentos sobre um sítio em Atibaia (SP) e um triplex em Guarujá (SP). O Ministério Público de São Paulo apura se o ex-presidente omitiu ser o dono desses imóveis, o que a defesa dele tem negado.
Segundo o Ministério Público Federal, em comunicado divulgado à imprensa nesta, Lula era um dos “principais beneficiários” do esquema de corrupção que atuava na Petrobras e que surgiram evidências de que os crimes cometidos na estatal o “enriqueceram” e financiaram campanhas eleitorais e o caixa do PT.
Após a operação da PF, o Instituto Lula divulgou uma nota na qual afirmou que a ação na casa do ex-presidente foi “arbitrária, ilegal e injustificável”. Intitulada “Violência contra Lula afronta o país e o estado de direito”, a nota afirma ainda que “nada justifica” o mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente da República que “colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado”.
Além disso, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou vídeo no Facebook no qual classificou a operação da PF de “política” e “espetáculo midiático”. Homem de confiança de Lula, ele afirmou também que, após a reunião da cúpula da legenda, em São Paulo, o partido dará uma orientação nacional sobre como os militantes devem proceder porque o momento é de “reflexão, mobilização e vigília”.