Entre 1.532 , quando foi escolhido o Conselho Municipal da Vila de São Vicente (SP), e 2016 quando será realizada a maior eleição informatizada do mundo, a sociedade brasileira presenciou constantes mudanças no processo eleitoral. A mais expressiva delas foi passagem da cédula de papel para a urna eletrônica. Em outubro deste ano, os brasileiros completam 20 anos que tomaram contato pela primeira vez com as urnas eletrônicas. Além de dar agilidade à apuração, a informatização minimizou a possibilidades de fraudes eleitorais.
Quando se fala em eleição realizada em cédula de papel várias histórias de fraudes, compra de votos, curral eleitoral e voto de cabrestos são lembrados por estudiosos, eleitores e pelos próprios políticos. O ex-deputado Biu Fernandes é um deles, no vídeo abaixo revela que perdeu uma eleição para prefeito após haver manipulação na apuração.
Nas eleições de outubro mais de 142 milhões de eleitores irão às urnas para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos municípios através do voto eletrônico, em muitos municípios os eleitores serão identificados através do biometria. Desde as eleições de 2000, todo o eleitorado nacional passou a votar dessa forma.
Evolução do voto
O historiador José Octávio de Arruda Mello disse que o voto no Brasil começou na época da Colônia, quando eram realizadas eleições para o Senado da Câmara, que atualmente equivale às câmaras de vereadores. Segundo ele, estas instituições polarizavam todas as decisões relativas aos respectivos municípios e seus integrantes eram escolhidos através do voto.
“Na época das Colônias, os conselhos de Câmara eram escolhidos mediante a eleição de pelouros que eram sacolas onde os votos eram depositados. No império, o voto passa a ser censitário, pois só votavam pessoas que produziam determinada quantidade de mandioca, daí chamado o voto da mandioca”, explicou José Octávio.
Com a chegada da República, o voto se tornou universal, mas de acordo com José Octávio até ser alcançada a universalidade plena o País percorreu um longo caminho. “A chapinha (voto em cédula de papel) favorecia muito a fraude, porque elas eram depositadas conjuntamente nas urnas, eram trocadas no interior das cabines”, lembrou o historiador.
Ele disse ainda que com a utilização da chapinha se instalou um tipo de fraude que anulava o voto feminino. “Os cabos eleitorais pediam que as mulheres passassem as chapinha nos lábios para marcar com baton e quando chegava o momento da contagem esse voto era anulado”, ressaltou José Octávio.
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