O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, desabou 12,16% nesta segunda-feira (9), na maior queda em mais de 20 anos. O dia foi marcado por uma tensão generalizada nos mercados globais após o tombo preços do petróleo adicionar mais um componente de turbulência, elevando os temores de uma recessão global.
O Ibovespa encerrou o dia a 86.067 pontos, recuo de 12,17%, maior queda percentual desde 10 de setembro de 1998, causada pela moratória da Rússia. Com a queda, a bolsa de valores apagou os ganhos de 2019 e voltou ao patamar de 27 de dezembro de 2018, quando marcou 85.460 pontos. Veja mais cotações. No ano, o Ibovespa acumula queda de 25,58%.
Já o dólar fechou em queda nesta segunda, chegando a bater R$ 4,72.
Logo na abertura da sessão, o índice despencou 10%, atingindo mínimas em mais de 1 ano, o que provocou a interrupção das negociações (circuit breaker).
Às 10h32, o índice registrou queda de 10,02%, recuando a 88.178 pontos, quando as negociações foram interrompidas por 30 minutos.
Pela regra da B3, quando a queda passa de 10% é acionado automaticamente o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papéis por 30 minutos. A última vez que o mecanismo tinha sido acionado na bolsa brasileira foi no dia 18 de maio de 2017, em meio às denúncias do dono da JBS contra o presidente Michel Temer.
Numa mesma sessão, o circuit breaker só é acionado pela segunda vez se a queda chegar a 15%. Nesse caso, a paralisação é de 1 hora.
Petrobras perde R$ 91 bi em valor de mercado
Entre os maiores tombos do dia, as ações da Petrobras desabaram quase 30%, acompanhando o tombo da cotação do petróleo.
Segundo dados da Economatica, a petroleira perdeu R$ 91 bilhões em valor de mercado. A estatal encerrou o dia avaliada em R$ 215,8 bilhões, contra um valor de R$ 306,9 bilhões no fechamento dos mercados na sexta-feira (6).
Até então, a maior perda de valor de mercado em um dia na história da companhia foi a registrada no dia 24 de maio de 2018, quando a petroleira perdeu R$ 47,2 bilhões, em meio à greve dos caminhoneiros e críticas à política de preços de combustíveis da companhia que culminaram na saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras.
Os preços do petróleo, desabaram cerca de 25% nesta segunda-feira, para perto de US$ 30, na maior queda diária desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991), atingindo mínimas que não eram registradas desde fevereiro de 2016.