Astrônomos anunciaram que uma estrela provavelmente passou na fronteira do Sistema Solar há 70 mil anos. Nenhuma outra estrela conhecida pela ciência teria chegado tão perto assim do Sol e da Terra.
O objeto, uma anã-vermelha batizada de Estrela de Scholz, cruzou os limites de uma região do Sistema Solar conhecida do nuvem de Oort. E ela não estava sozinha. A Estrela de Scholz faz parte de um sistema binário com em que é acompanhada por um outro objeto celeste de menor porte – uma chamada anã-marrom, “estrela fracassada” que não conseguiu acumular massa suficiente para dar início ao processo de fusão de átomos em seu núcleo.
A suspeita com relação à aproximação da estrela, publicada na revista “Astrophysical Journal Letters”, foi feita com base em observações de sua trajetória que sugerem que há 70 mil anos ela passou a meros 0,8 anos-luz do Sol. Por comparação, a estrela mais próxima, Proxima Centauri, está há 4,2 anos-luz daqui, ou cerca de cinco vezes mais longe.
No estudo, os astrônomos liderados por Eric Mamajek, da Universidade de Rochester, em Nova York, afirmam com 98% de certeza de que a Estrela de Scholz viajou através do que é, hoje, conhecida como nuvem de Oort – uma vasta região no limite do Sistema Solar onde estão trilhões de aglomerados de rocha, gases e gelo que dão origem a muitos dos cometas. Essa região se assemelharia a esfera de objetos ao redor do Sistema Solar e as estimativas são de que ela se estender a até um ano -luz do Sol.
Para determinar a trajetória da estrela, os pesquisadores avaliaram duas informações: a mudança na distância do Sol até a estrela (sua velocidade radial) e o movimento da estrela no céu (sua velocidade tangencial). A Estrela de Scholz, atualmente, está a 20 anos-luz de distância.