O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (19), em entrevista a jornalistas estrangeiros, que o dia do afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República foi “o dia da indignação” para ele, marcado também por um sentimento de derrota e frustração. “Eu vi aquilo ruir, desmoronar.”
“Eu não queria estar naquele ato, eu não queria estar naquela foto, porque penso que foi uma sangria, e foi quase que um estupro feito na democracia brasileira que permitiu que a presidenta Dilma deixasse a Presidência antes de terminar o seu mandato”, afirmou Lula.
O ex-presidente disse que não se sentiu “confortável”. “Foi um dia muito triste para mim porque não era apenas uma presidenta que estava deixando a Presidência de forma abrupta, era um projeto, um projeto de sonho, um projeto de inclusão social, um projeto que mostrou ao mundo que fica muito fácil governar um país e resolver os problemas do povo pobre quando você inclui os pobres no orçamento do país, quando você deixa de tratá-los apenas como uma estatística ou problema social”, explicou.
O ex-presidente disse que fez questão de acompanhar Dilma naquele momento por “solidariedade” e “para mostrar aos adversários que tem muita coisa para acontecer nesse país, tem muita luta e ainda falta muita conquista para o povo brasileiro”.
Dilma foi afastada temporariamente no último dia 12 pelo Senado, no processo que analisa e julga o pedido de impeachment. A presidente afastada terá agora de apresentar nova defesa aos senadores, para tentar retomar a Presidência. Esse processo pode durar até 180 dias.