Taiana Camargo sabe onde pisa. Ex-amante do doleiro Alberto Youssef – preso na Operação Lava-Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras –, ela tem consciência de que sua fama pode ser passageira. Exatamente por esse motivo, tem agarrado as oportunidades que surgem.
Em conversa com a JP Online, a capa da revista Playboy de janeiro não fugiu das perguntas – embora tenha preferido não elaborar em algumas das respostas. Ambições políticas, relacionamento com Youssef e as lições aprendidas no ano passado foram assuntos abordados na conversa.
O ensaio sensual foi o primeiro do tipo para a, agora, modelo. A decisão foi feita pela própria, que foi atrás do veículo para fechar negócio. “Procurei um amigo da Playboy, preferi posar porque é a melhor revista, o ensaio é mais tranquilo, o nu artístico, no caso”, explicou.
A explicação para ter escolhido posar nua é direta: “fiz pelo dinheiro, oportunidade. Foi boa a quantia. Só topei porque meu filho aprovou”.
Relacionamento com Youssef
A relação de quase seis anos com o doleiro começou por intermédio de uma amiga, em um jantar, e a empatia foi instantânea: “me apaixonei de cara por ele”. Para a sintonia imediata, a explicação sai fácil: “Alberto é uma pessoa muito humana, do bem. Tivemos um relacionamento intenso. Foi ele que criou meu filho praticamente, ajudou muito na criação”.
O filho, inclusive, foi protagonista de história que emociona Taiana. Quando boatos da morte de Youssef tomaram conta do noticiário, durante as eleições, ela não segurou as lágrimas. “Meu filho falou assim: ‘mãe, não chora. Ele não foi legal com a gente’. Eu disse que Alberto foi uma pessoa muito importante nas nossas vidas e a gente não tem que ter mágoa e raiva no coração. Ele foi bom pra gente, por isso que conhecemos diversos lugares do mundo, temos carro, apartamento”, começou.
“Meu filho rebateu: ’não, mãe. Você está sendo egoísta, pensando só em mim e em você. Ele fez mal para o Brasil, para o coletivo’”, complementou, orgulhosa pela maturidade do garoto.
Prisão de Yousseff e término doloroso
O escândalo na Petrobras levantou suspeitas sobre até que ponto Tai sabia do esquema. Entretanto, ela é taxativa ao afirmar que nunca esteve presente em encontros com políticos: “não, sempre estávamos só eu e ele”.
“Não sabia que ele era doleiro. Para mim, ele falou que essa atividade fazia parte do passado. Ele tinha os negócios dele, para mim ele era um empresário, muito batalhador. Senti que ele estava pressionado quando enfartou, em 2013, estava fumando muito”, confessou.
O fim do relacionamento foi dolorido: “o namoro acabou no dia que ele foi preso, que foi a última vez que eu falei com ele. Nunca mais tive contato, não tenho nenhuma notícia. Eu sinto saudades, mas sou muito forte, isso me ajudou muito”.
Já em outro relacionamento, ela declara estar “muito apaixonada”, sem revelar o nome do felizardo. Quando questionada sobre a possibilidade de Youssef voltar a procurá-la, ela é firme: “ele tem uma grande amiga aqui fora; se precisar, estou aqui”.
Lições aprendidas
Tai é a primeira a admitir que 2014 foi um ano difícil – “chorei muito escondida” –, mas acredita ter saído fortalecida. “Aprendi que não vale a pena você ser a outra, porque é foda. Aprendi que a gente tem amigos de verdade, que são poucos, mas temos. Dinheiro não é tudo, mas que é importante e não aceita desaforo. Temos que nos organizar financeiramente, porque uma hora a gente pode ter tudo e, na outra, nada. E aprendi a gostar mais de mim”, contou um tanto emocionada.
Pretensões artísticas
Taiana não se incomoda com o rótulo de “ex-amante de doleiro” e não faz projeções para permanecer no meio. “Eu sou a ex-amante, não tenho o que negar. Não vou mentir para ninguém. Não tenho pretensão para seguir a carreira artística, mas o que aparecer eu vou agarrar porque tenho um filho para criar e sou sozinha”.
Brincalhona, ela ainda deu sugestões: “o Big Brother poderia me chamar, né? Ou A Fazenda? Estou disposta a participar e ganhar. Tenho essa virtude de ser muito fácil de lidar, não gosto de brigar”.
Ambições políticas
Taiana adota postura “deixo a vida me levar” e procura não cravar exatamente qual será seu próximo passo. Quando o assunto é candidatura política, ela não descarta.
“Só se fosse lá no Ceará, acho que eu ganhava. Na minha terra, para ajudar meu povo. Mas não sei se aceitaria, não recebi nenhum convite”, afirmou.
“PSDB desde pequenininha”, ela rasga elogios para Eduardo Suplicy, apesar de “odiar o PT”: “admiro o Suplicy, acho ele o máximo, um príncipe encantado, exceção de tudo. Se eu fosse a Marta [Suplicy], nunca teria me separado”.