NA MIRA DA JUSTIÇA

Ex-prefeito Romero Rodrigues é denunciado em fase da Operação Calvário

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou nesta quarta-feira (24) mais uma denúncia da Operação Calvário, que investiga uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. De acordo com o MPPB, os denunciados são o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, o advogado Jovino Machado, Saulo Ferreira Fernandes e o empresário da Cruz Vermelha do Brasil e delator, Daniel Gomes.

Na denúncia é relatado um suposto pagamento de R$ 150 mil, feito pelo delator Daniel Gomes, que teria como destino a campanha para eleição do então candidato à Prefeitura de Campina Grande, Romero Rodrigues, em 2012.

Conforme a denúncia, os recursos foram pagos com a garantia de que as organizações sociais comandadas por Daniel Gomes assumiriam a gestão na Maternidade Elpídio de Almeida, caso o candidato fosse eleito prefeito. Segundo os investigadores, o dinheiro teria sido pago em duas parcelas de R$ 75 mil.

“O objeto desta denúncia, em essência, revelou os bastidores da criminosa engenharia criada para a inserção da Cruz Vermelha do Brasil – Filial do Rio Grande do Sul (CVB/RS) para gerir as estruturas de saúde de Campina Grande/PB, a começar pelo ISEA (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida) e Hospital Pedro I”, relata a denúncia.

Romero Rodrigues foi eleito em 2012 e reeleito em 2016 como prefeito do município de Campina Grande.

Em resposta ao Jornal da Paraíba, o ex-prefeito Romero Rodrigues disse que vai apresentar todos os esclarecimentos à justiça e provará ser inocente. Também informou que jamais solicitou os recursos narrados na denúncia e afirmou, também, que a prefeitura de Campina Grande, sob sua gestão, nunca teve contratos com organizações sociais investigadas na Operação Calvário. Até a publicação da matéria, não houve resposta dos outros denunciados.

A operação

A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. A operação teve oito fases, resultado na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba.

A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.

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