Uma confusão na Granja Santana, residência oficial do governador da Paraíba, em João Pessoa, foi parar na delegacia na última segunda-feira (7). A briga envolveu a ex-primeira-dama Pâmela Bório e duas parentes do governador Ricardo Coutinho, Ana Carolina Coelho Coutinho e Viviane Coutinho – sobrinha e irmã, respectivamente.
Em Boletim de Ocorrência registrado no Distrito Integrado de Segurança Pública do bairro de Manaíra, na capital, a ex-primeira-dama diz que foi agredida pela sobrinha e pela irmã do governador ao chegar à Granja Santana.
Já o advogado do governador, Fábio Rocha, afirma que foi Pâmela quem criou a confusão e agrediu a irmã do governador.
Versões
Em entrevista à TV Cabo Branco, Pâmela Bório relatou que estava indo com o filho a um shopping da capital acompanhandos do guarda que faz a segurança do menino. Ela disse que estranhou quando o policial, que dirigia o carro, passou direto em duas entradas para o bairro onde fica o shopping e fez um desvio no trajeto.
“Ele falou ‘dona Pâmela, eu recebi a determinação agora de que a gente tem que pegar a janta de Henry’. Eu até estranhei pelo horário, estranhei pela questão dele desviar o trajeto. Porque em outras oportunidades que eles falavam que teriam que buscar alguma refeição, alguma coisa, eles não alteravam nem o nosso traslado, nem o lugar onde a gente estivesse”, afirmou.
Segundo Pâmela, assim que o motorista entrou na Granja, ela questionou o motivo, uma vez que existe uma ordem judicial que a impede de entrar no local desde março.
“Ele sabe que eu não posso entrar. É ordem do governador”, disse a ex-primeira-dama. Ela afirma que, assim que abriu a porta do carro, foi agredida por Ana Carolina e Viviane.
“Elas já vieram pra cima de mim eu perguntei ‘o que foi?’. E ela respondeu ‘o que foi nada, agora vamos acertar as contas’”, disse.
A ex-primeira-dama afirma que seu filho presenciou tudo. “Ela não tirou a criança do carro e passou a me atacar. Ela tentava me esbofetear, morder. Eu estou com duas mordidas na perna. Ela tentava tirar o celular da minha mão, porque eu estava em ligação, eu estava com o meu advogado na outra linha. Ela conseguiu arrancar a corrente que eu tava. Mas o que eu pude evitar de poupar as agressões, eu consegui.”
De acordo com a ex-mulher do governador Ricardo Coutinho, o filho dela foi quem mais sofreu com a confusão. “O menino estava transtornado, ele gritava, ele chorava.”
“Quando ela [Viviane] tava com o celular na mão, ela disse: ‘pronto, tá dado o recado, consegui o que eu queria’ e saiu. Carol, por sua vez, pegou o menino da cadeirinha e levou pra dentro de casa”, finalizou.
Depois da briga, Pâmela registrou um boletim de ocorrência no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp) de Manaíra.
‘Armação’
O advogado do governador, Fábio Rocha, contou a versão da família. ‘O que ocorreu foi uma cena, uma armação criada pela própria Pâmela com um único objetivo, que na expressão dela mesma, que ela já utilizou essa expressão: destruir a vida do ex-marido”, disse.
Segundo ele, não é a primeira vez que algo desse tipo acontece. “No domingo à noite, ela descumpriu uma ordem judicial, deixando de entregar a criança aos cuidados do pai. Então chega o dia do feriado, dia 7. Ela diz que não vai devolver a criança e estabelece uma condição: entregar a criança mediante a ida dela à Granja, para liberar o bloqueio em face do impedimento dela estar na Granja”, afirmou Rocha.
Segundo o advogado, quem começou a confusão foi a ex-primeira-dama. “No instante em que a porta do carro foi aberta e que a tia, de 60 anos de idade, tentou pegar a criança, imediatamente iniciou um processo de agressões físicas e verbais da própria Pâmela”, disse.
“Ela partiu para a agressão. Isso está materializado em boletins de ocorrência, que as duas pessoas que estavam lá sofreram esse tipo de agressão. Na falta de elementos para construir uma cena, ela arquiteta esse plano, executa e, posteriormente, joga nas redes sociais para chamar atenção como uma pobre moça, uma vítima”, afirmou.
O delegado que está responsável pelas investigações do caso é Antônio Brayner. Ele explicou que não vai se pronunciar no momento, pois o caso ainda está na fase de depoimentos. Além de ouvir as pessoas envolvidas, ele também aguarda os laudos do Instituto de Polícia Científica (IPC).