O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, informou ao G1 que o Brasil deve anunciar em novembro deste ano a piora na classificação do status de conservação do tatu-bola, que passará de “vulnerável” para “em perigo” – uma categoria mais grave e que alerta para a necessidade de mais políticas públicas para preservação da espécie.
A mudança ocorre após cientistas calcularem que entre 2002 e 2012 houve redução de 30% do total de exemplares desta espécie, distribuídos entre os biomas Caatinga e Cerrado. Ainda não se sabe o tamanho da população existente no país, pois são necessários mais estudos para se chegar a esse dado.
A espécie foi escolhida pela Fifa para ser o mascote oficial da Copa do Mundo de 2014, batizado de Fuleco. O nome, escolhido pelo público, mistura as palavras futebol + ecologia. Porém, segundo organizações ambientais, a intenção inicial do órgão máximo do futebol mundial de promover a preservação da espécie ao torná-la um dos símbolos da Copa teria sido deixada de lado.
“Não há uma interlocução simples com a entidade, que parece não ter interesse de se envolver em questões do país-sede. Houve muitas críticas da mídia internacional sobre a exploração comercial do tatu-bola sem nenhum retorno para conservação da espécie. Não é justo para a sociedade brasileira”, disse Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, organização não-governamental que sugeriu a escolha desse tatu para mascote.
Castro sugere que uma das provas da não importância dada ao tatu-bola ocorreu no último dia 12, quando o mascote não apareceu na cerimônia de abertura, realizada na Arena Corinthians, em São Paulo. Procurada pelo G1, a Fifa não enviou resposta.