O Ministério Público da Paraíba apresentou uma nova denúncia contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e seus irmãos Coriolano Coutinho, Valéria Coutinho, Viviane Coutinho e Raquel Coutinho, além de Denise Krummenauer Pahim, Breno Dornelles Pahim Filho e Breno Dornelles Pahim no âmbito da Operação Calvário.
Os investigados são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Na petição, protocolada na 6ª Vara Criminal da Capital, o órgão pede a perda de função pública ou mandato dos envolvidos, além da fixação de multa no valor de R$ 3.376.268,31.
O montante é referente ao uso de recursos ilícitos para compra de imóveis em João Pessoa e Bananeiras, na Paraíba, um apartamento em Fortaleza, no Ceará, além da apreensão de dinheiro em moedas estrangeiras durante a investigação, animais adquiridos, doação de recursos e ocultação de recursos para aquisição de bens, por exemplo.
Dentre os imóveis citados estão um apartamento em João Pessoa e um sítio em Bananeiras com alto padrão de luxo.
Investigação
A união das famílias Coutinho e Pahim, segundo a investigação, resultou na criação de empresas que teriam sido beneficiadas economicamente durante as gestões do ex-governador Ricardo Coutinho na Paraíba.
A força-tarefa apura se a criação dessas sociedades e alteração contratuais por parte dos denunciados visavam ocultar valores.
Um dos órgãos usados pelas sociedades, de acordo com os investigadores, é o Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB). Uma das empresas buscava firmar credenciamento e contratos junto ao órgão. O ingresso, porém, só era possível mediante o pagamento de propina à organização criminosa ou a atores que teriam participação no esquema.
Operação Calvário
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) investiga desde o fim de 2018 a implantação de uma organização criminosa que teria desviados recursos da Saúde e Educação do Estado entre 2011 e 2018, além do período em que Ricardo Coutinho esteve à frente da Prefeitura de João Pessoa.
Ao todo, já foram oferecidas 21 denúncias contra 145 pessoas, dentre elas Ricardo Coutinho, familiares, deputados, ex-secretários de Estado, empresários e outros políticos.
Ao todo, a força-tarefa já encontrou desvio superior a R$ 373 milhões.