O ex-governador Anthony Garotinho divulgou na tarde desta quinta-feira (24) uma nota sobre a revogação de sua prisão determinada pelo TSE. Na nota publicada em seu blog, o ex-governador afirmou que sempre acreditou que a Justiça “corrigiria o abuso de autoridade”. Garotinho afirmou ainda ser vítima de uma violência cometida contra ele.
“Não sou acusado de corrupção, enriquecimento ilícito ou qualquer desvio de verba pública, tão somente, de uma possível irregularidade eleitoral e me privar da liberdade por isso é uma verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito”, disse o ex-governador.
Garotinho agradeceu manifestações de apoio e lamentou que a família tenha sido colocada no meio de uma situação difícil.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revogou o mandado de prisão decretado na semana passada contra ele. Garotinho estava cumprindo prisão domiciliar e agora, para ser solto, terá que pagar uma fiança de R$ 88 mil.
Na mesma decisão, a Corte eleitoral determinou uma série de restrições ao ex-governador fluminense. Os ministros do TSE o proibiram de ter contato com testemunhas do processo e determinaram que ele não poderá mudar de endereço e se ausentar de sua residência por mais de três dias sem avisar o juiz do caso.
Garotinho também não poderá retornar, até o final do processo, a Campos de Goytacazes, município do Rio administrado pela mulher dele, Rosinha Garotinho, no qual ele exercia o cargo de secretário de Governo.
Segundo as investigações, o ex-governador comandava um esquema de compra de votos na cidade.
Garotinho foi preso no dia 16 acusado de, como secretário municipal, ter ampliado o programa social Cheque Cidadão, que dá R$ 200 por mês a cada beneficiário, para corromper eleitores.
Ele passou mal após ser preso. Na ocasião, Garotinho foi levado para o Hospital Souza Aguiar, da rede pública.
De lá, foi levado à força, por decisão judicial, para uma unidade de saúde dentro do complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu. Na última sexta (18), a relatora do caso no TSE, ministra Luciana Lóssio, liberou Garotinho para uma cirurgia do coração em hospital particular, desde que ele pagasse do próprio bolso, e também autorizou que cumprisse prisão domiciliar.