Condomínios de casas na Paraíba estão ajudando pessoas idosas a ter uma rotina mais saudável e, principalmente, mais segura contra acidentes.
Quem já trabalhou por várias décadas agora está querendo aproveitar a vida.
“A gente sai para passear, vai ao cinema, vai ao shopping, a gente vai a uma praia”, diz a aposentada Geíza Trigueiro.
Mas para garantir a segurança da população que está envelhecendo, as cidades precisam se preparar. É o que fez um condomínio na Zona Sul de João Pessoa, na Paraíba, projetado para facilitar a vida e o deslocamento das pessoas com mais idade.
As casas têm terraço com rampa para facilitar o caminhar do idoso na hora de entrar e sair. As fitas são antiderrapantes. A sala é bem iluminada e as janelas garantem ventilação o tempo todo. O quarto segue o mesmo padrão.
A porta do banheiro é mais larga para facilitar a passagem de cadeira de rodas e de banho. Não há divisórias de vidro nem de acrílico para evitar acidentes e as barras de apoio dão mais segurança.
Na cozinha, a altura do balcão facilita o preparo da comida.
O geriatra Jamerson de Carvalho explica que ambientes adaptados garantem uma velhice saudável e sem acidentes.
Existem mais cinco condomínios do mesmo modelo, construídos pelo governo da Paraíba em cidades do agreste e do sertão da Paraíba. Todos respeitam as normas de acessibilidade.
Mas, para morar num deles, o idoso não pode ter casa própria e a renda mensal não pode ultrapassar os cinco salários mínimos.
Cada idoso selecionado recebe um termo de autorização de uso por tempo indeterminado, que é intransferível. E o melhor: podem morar casados ou solteiros.
O projeto atende a uma demanda cada vez maior da população. Segundo o IBGE, 14% dos brasileiros têm mais de 60 anos, uma tendência igual à registrada no estado. Dos quase quatro milhões de paraibanos, 15% têm mais de 60 anos.
Como a aposentada Daura Silva Farias, que percebeu a mudança de vida.
“A outra casa não era adaptada. Eu tinha medo de cair, de me movimentar na casa. Aqui eu ando para todo canto, tem a rampa, no banheiro tem as barras. Tudo é seguro para mim”, contou ela.
Além de segurança, os moradores encontram uma rede de proteção afetiva.
“Eu gosto da convivência, a maneira que a gente mora aqui, é um ambiente que só dá satisfação à gente”, elogia a moradora Geíza Trigueiro.
“Envelhecer saudável é muito mais do que os clichês que a gente sempre ouve. A qualidade de vida é algo mais amplo e complexo, que envolve desde comportamentos saudáveis e questões psicológicas e afetivas”, afirma o geriatra.