O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), aumentou para 2 milhões o número de preservativos que serão distribuídos no período do Carnaval. Os preservativos começaram a ser distribuídos na abertura do Folia de Rua 2015. Segundo a gerente operacional de DST/AIDS e Hepatites Virais, Ivoneide Lucena, além da distribuição de camisinhas, a SES está trabalhando em parceria com o Hospital Clementino Fraga, realizando testes rápidos.
“A nossa equipe, junto com o pessoal do Clementino Fraga, realizou testes rápidos durante toda a tarde na abertura da folia. Infelizmente, sempre que realizamos os testes aparece algum diagnóstico reagente para HIV, e dessa vez não foi diferente: uma pessoa recebeu esse diagnóstico. Essas ações são importantes, pois muitas vezes as pessoas não procuram um serviço de saúde, mas quando está em um local e vê o serviço sendo ofertado, acaba fazendo e, muitas vezes, recebendo o diagnóstico de uma doença que não sabia que tinha”, disse Ivoneide.
Ela ressaltou também a importância da distribuição de preservativos no período carnavalesco. “É importante que a camisinha chegue nesses espaços, porque a presença da camisinha muda a prática, muda a atitude da pessoa. Muitas vezes não trazem na bolsa ou carteira, mas se lá, na festa, as pessoas têm acesso ao preservativo, elas não abrem mão dele”, completou.
Campanha – O Ministério da Saúde lançou uma campanha visando chamar a atenção dos jovens sobre a prevenção e o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) e AIDS nesse período. Divulgada nas rádios, na televisão e nos veículos impressos, a campanha usa linguagem utilizada nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter). Com o aumento de casos de Aids entre pessoas na faixa etária dos 14 e 29 anos, a mensagem reforça o alerta sobre o uso de preservativos e, no caso da Aids, destaca a importância do diagnóstico e do tratamento precoces.
Números – Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelam que, no ano passado, foram registrados dez casos de Aids entre jovens com idades de 15 a 19 anos, e 82 na faixa etária dos 20 aos 29 anos na Paraíba. Segundo Ivoneide Lucena, a campanha vem em um momento oportuno. “O que a gente nota é que quando vão para as baladas, muitos jovens exageram na bebida e não usam camisinha. Aliado a isso, alguns pais não incentivam o uso porque acham que os filhos ainda são crianças, enquanto os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo”, observou.
Segundo a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), a maioria dos brasileiros (94%) sabe que a camisinha é a melhor forma de prevenção às DST e Aids. Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa do país não usou preservativo nas relações sexuais casuais, nos últimos 12 meses. Realizada em 2013, a pesquisa entrevistou 12 mil pessoas na faixa etária de 15 a 64 anos, por amostra representativa da população brasileira.
Os dados comparativos com pesquisas anteriores mostram que o uso do preservativo na última relação sexual, ocorrida nos últimos 12 meses, se manteve praticamente estável: 52% em 2004, 47% em 2008 e 55% em 2013, apesar das constantes campanhas de estímulo ao uso do preservativo durante todos esses anos. Além disso, houve um crescimento significativo de pessoas que relataram ter tido mais de dez parceiros sexuais na vida. Esse percentual subiu de 19%, em 2004, para 26% em 2008, chegando a 44% no ano de 2013.
Teste Rápido – O teste rápido do HIV é feito, de forma gratuita, em todas as unidades de saúde básica do Estado. Caso o resultado seja positivo, a pessoa é encaminhada para os serviços de referência no tratamento da Aids, onde há infectologistas, nutricionistas, psicólogos; entrega dos medicamentos e são realizados exames especializados. O paciente ainda pode contar com os Serviços de Atendimento Especializado (SAE), que funcionam dentro do Hospital Clementino Fraga, no Hospital Universitário, em João Pessoa e no Hospital Universitário, em Campina Grande, além dos SAE de Cabedelo, Santa Rita, Patos e Campina Grande. Na Paraíba ainda funcionam os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Capital, Pombal e Princesa Isabel.
Preservativos são distribuídos gratuitamente e sem nenhuma burocracia nas recepções de todas as unidades de saúde da família. Qualquer pessoa pode pegar a quantidade que desejar. “Apesar de ter tratamento, a Aids ainda mata e o medicamento provoca muito efeito colateral”, alertou Ivoneide Lucena.